Ernesto, um professor de literatura aposentado e enclausurado pelo luto, é o personagem central de Muros Velhos não dão Flores. O filme, ambientado em Monte Alverne, no interior de Santa Cruz do Sul, tem estreia na noite desta sexta-feira, 16, no Centro Regional de Cultura Rio Pardo, dentro da programação da 7ª Feira Cultural. O curta-metragem é uma criação da Vaquita Cultural, produtora com sede na Cidade Histórica.
O filme conta a história do professor, que decidiu se isolar após a perda repentina da esposa, a renomada escritora Mercedes do Amaral, em um acidente. A chegada de Liana, jovem que está decidida a recontar a história de Mercedes, faz Ernesto revisitar memórias e descobrir novos laços de amizade. O curta-metragem tem roteiro e direção da jornalista Letícia Mendes.
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“Escrevi o roteiro do Muros durante a pandemia [do coronavírus], num período em que estávamos todos vivenciando a perda iminente, o luto, tão de perto. Percebi que esse era um tema muito latente dentro de mim”, explica Letícia. “Todos nós temos alguma história sobre perda. Esse filme é sobre isso. Sobre o que fica das pessoas que partiram, e sobre como isso impacta as pessoas ao redor. Fala de dor, mas também sobre os laços humanos.”
Rodado no segundo semestre de 2022, o filme é ambientado em Santa Cruz do Sul, no distrito de Monte Alverne. Uma propriedade rural se tornou cenário para a casa onde vive Ernesto, cenário da maior parte da produção. O curta também tem cenas filmadas em Rio Pardo, em lugares como o Centro Regional de Cultura e a Ponte do Couto.
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A Vaquita Cultural está produzindo outros projetos, com lançamento previsto até o fim deste ano. Entre as criações estão o curta-metragem A Salvadora das Florestas, o documentário O Mundo que Queremos e o longa-metragem O Menino e a Baleia. Todas essas produções são ambientadas em Rio Pardo e fruto de editais da Lei Paulo Gustavo.
Dmitri Rodrigues é quem interpreta Ernesto, e tem ao lado dele no filme a irmã, a atriz Betânia Rodrigues, que dá vida à personagem Liana. O ator conta que passou por profunda preparação para criar o personagem. “Acompanhar a criação do roteiro desde o princípio me ajudou muito nesta construção. Ao mesmo tempo, me fez criar um vínculo muito profundo com o personagem do Ernesto, tornando esse trabalho extremamente prazeroso”, descreve o ator. Além dos irmãos, está no elenco ainda a atriz Rosângela Britto, que interpreta a bibliotecária Marisa, uma amiga de Ernesto e Mercedes, que auxilia Liana.
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O filme aborda temas como o enfrentamento ao luto e a violência contra a mulher. A literatura também está presente, por meio das obras de Mercedes, voltadas ao empoderamento feminino, e do apreço que Ernesto tem pela poesia. Uma das obras citadas é a antologia poética da autora portuguesa Florbela Espanca, que dá origem ao título do filme.
“Foi muito gratificante poder nesse filme trabalhar diferentes temas que são tão importantes para mim. Temos o empoderamento da Liana, por meio das obras da Mercedes, enquanto falamos ao mesmo tempo de literatura brasileira e portuguesa, e das relações humanas. Creio e espero que o filme consiga tocar o público com essas sutilezas”, afirma a diretora. O curta tem direção de fotografia de Gelson Pereira, trilha sonora original de Robson Bitencourt e finalização de Matheus Zarpellon.
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