A preocupação com o fim de uma técnica milenar de abençoar quem clama pela cura dos males do corpo levou a antropóloga e benzedeira Janaína Ott a ministrar cursos de benzimento, Rio Grande do Sul afora. Natural de Novo Hamburgo, Janaína revela que herdou o dom da avó, mas que não é só isso que a qualifica como benzedeira e assim virou professora da prática. No sábado, ela participou de uma formação na Clínica Espaço Saúde de Santa Cruz, para uma dúzia de alunas, aprendizes de benzedeira.
Janaína explica que o benzimento nada mais é do que a ação de utilizar o poder pessoal para bem-dizer e abençoar quem busca uma cura. “No passado havia um tabu em torno do benzimento, que ele era como um dom, que se manifestava em algumas pessoas. Isto não é verdade. Tem uma questão de sensibilidade, mas também tem conhecimento e amor envolvidos”, ensina. Cada benzedeira usa elementos da terra, ou objetos feitos destes elementos, para interagir com a energia de quem recebe a bênção.
A benzedeira utiliza estes elementos para transmitir a boa energia. Não transmite passe, nem troca de energia. Apenas deseja o bem, e é por isso que a terapeuta venâncio-airense Danielle Schweickardt aproveitou o curso para entender mais. “É uma forma de mantermos viva esta tradição, ao mesmo tempo em que poderemos ajudar quem necessita”, conta a aluna. “Para ser benzedeira é preciso acreditar, não precisa decorar uma reza. Mais vale a boa intenção da benzedeira do que qualquer outra coisa”, resume a professora Janaína.
Publicidade
This website uses cookies.