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Curso de Relações Internacionais da Unisc completa 15 anos

Atenta à demanda por profissionais preparados para lidar com questões relacionadas ao comércio exterior, bem como a inexistência de curso semelhante em Santa Cruz do Sul e região, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) criou o curso de Relações Internacionais (RI) em 2008, com início da primeira turma no primeiro semestre de 2009. Ao longo destes 15 anos de existência, 186 internacionalistas foram formados pela Unisc. O Curso de Relações Internacionais, com conceito 4, está na 5º colocação no RS. 

A criação do curso considerou o perfil exportador da economia do Rio Grande do Sul. Em termos regionais, a atividade do cultivo e processamento do tabaco, considerada a principal commodity conteinerizada voltada à exportação, envolve mais de uma dezena de empresas exportadoras e todo um complexo de logística internacional do setor, que é o terceiro produto na pauta exportadora da Região Sul do Brasil, e demanda constantemente profissionais capacitados para atuar no comércio exterior.

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“Além desta atividade econômica, há uma série de outros produtos exportados pelo RS e que demandam serviços relacionados à exportação, tais como estudos de mercado, negociações internacionais, identificação de parceiros comerciais, discussão de termos comerciais etc”, diz o coordenador do Curso, professor Silvio Cezar Arend.

O docente ainda ressalta que a principal forma de integração entre os países, historicamente, tem sido representada pelo comércio. Hoje esse comércio tem transformado o mundo em um grande mercado global em que os Estados comercializam livremente, não só pelas diretrizes da Organização Mundial do Comércio, que tem por finalidade a queda das barreiras do comércio internacional, mas principalmente pela abertura gradual dos Estados e seus mercados, ocorrida nas últimas décadas.

Por isso, no panorama atual, com a abertura de mercado e o avanço da tecnologia de informação, as relações internacionais se intensificaram, fazendo com que mercados se comuniquem com mais intensidade que no passado.

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“Todos os setores da economia, da indústria, da agricultura, passando pela prestação de serviços, se veem mergulhados no mercado mundial globalizado, sem pátria, sem língua, não mais apoiados nas regras tradicionais do comércio interno, mas com regras e lógica próprias. Além disso, se considerou também a localização geográfica de Santa Cruz do Sul, na região central do Rio Grande do Sul, localização estratégica em termos de logística internacional, com ligação com os demais países do Mercosul”.

Segundo ele, todo este conjunto de fatores criou um imperativo para que a Unisc, que tem um histórico consolidado de relações internacionais, com convênios e intercâmbios com vários países, criasse um curso de graduação em Relações Internacionais, visando atender à demanda formada com o cenário internacional em que o Brasil, em especial o Rio Grande do Sul, está inserido.

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“Ver, conhecer e entender o que acontece além de nossas fronteiras. Relacionar-se com o mundo! Esta é a proposta do curso de Relações Internacionais, voltado à formação de um profissional diferenciado, focado no estudo das relações internacionais privadas. O estudante de Relações Internacionais da Unisc estará preparado para atuar principalmente na diplomacia corporativa, ou seja, no mundo globalizado e competitivo dos negócios. Assim, além da tradicional carreira diplomática, os internacionalistas encontram um mercado de trabalho em expansão, representado pelas empresas que já atuam ou pretendem ampliar suas atividades voltando-se ao mercado externo”, acrescenta.

Também, o profissional das Relações Internacionais reúne as competências de um consultor, conselheiro e estrategista. Sua formação é ampla e embasada a partir de conhecimentos das áreas de economia, do direito e das ciências sociais. Sua atuação, de forma propositiva, se destaca quando é necessário tomar decisões que envolvem países e culturas diferentes. 

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“Relações Internacionais propõe uma análise global sobre crises, conflitos e também soluções para a sociedade”

Em 2009, Gabriella Azeredo Azevedo, de 32 anos, ingressou no Curso. Natural de Rio Pardo, na época, escolheu RI, porque gostava e gosta de ciências sociais e também de ciências exatas.

“Não conseguia encontrar um curso que abrangesse tantos conhecimentos assim. Além disso, Relações Internacionais propõe uma análise global sobre crises, conflitos e também soluções para a sociedade. Creio que sempre me motivei por essa possibilidade: fazer parte da construção do mundo que desejo viver. Há algo de muito potente nisso – sermos atores/agentes reais de transformação!”, exalta.

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Durante o curso, lembra como momentos marcantes o período em que foi bolsista de iniciação científica, a criação do diretório acadêmico, o primeiro prêmio de pesquisadora, o primeiro artigo publicado. “A graduação realmente foi um momento de transformação na vida. Posteriormente, também tive uma participação nas Nações Unidas, em 2019, durante o Mestrado em Desenvolvimento Regional pela Unisc, que me marcou muito. Reconhecer outros jovens e profissionais como eu dispostos a debater e buscar alternativas para os desafios globais, foi algo muito motivador para minha carreira profissional e para minha vida”.

Hoje, Gabriella trabalha no Banrisul, desde 2012, onde ingressou por meio de concurso público. Atua na área de inovação da empresa, trabalhando com diferentes agentes do ecossistema de inovação, como universidades, empresas, sociedade civil e governo.

“Sinto que o curso me preparou para lidar com desafios complexos de uma sociedade global e interconectada, através de uma visão analítica, humana, responsável e com capacidade de articular diferentes atores para resolução de desafios, tal como na diplomacia internacional. Além disso, conhecimentos de áreas como economia, desenvolvimento, direito, história e sociologia percebo que foram e são muito úteis no dia a dia”.

Diretor de Inovação e Empreendedorismo da Unisc é internacionalista formado na primeira turma

Em 2013, o Curso de RI formou a primeira turma. Eram 12 jovens, incluindo Gabriella e o atual Diretor de Inovação e Empreendedorismo da Unisc, Rafael Kirst, de 34 anos. “A possibilidade de ter uma formação multidisciplinar e que leva em consideração as grandes questões globais, como política internacional, economia, direitos humanos e desenvolvimento sustentável. Conectar essas áreas com capacidade crítica de análise é valioso para uma variedade de campos profissionais, especialmente na área de negócios”, diz Rafael sobre o motivo de ter escolhido RI.

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Segundo ele, para ter sucesso na carreira, o profissional da área precisa de uma sólida base teórica e capacidade analítica. “Também penso que a característica que diferencia os profissionais de RI é a adaptabilidade. O cenário internacional está em constante mudança, e os profissionais de RI devem ser capazes de se adaptar rapidamente a novas situações, ambientes culturais e desafios emergentes”.

O diretor ainda deixa um recado para os estudantes que estão ingressando no Curso e define a área como “um campo incrivelmente dinâmico e repleto de oportunidades para aprender, crescer e fazer a diferença no mundo”.

“Lembrem-se de que cada desafio que enfrentarem ao longo do caminho é uma oportunidade para crescer e se fortalecer. Mantenham a curiosidade aguçada, explorem novas perspectivas e abracem as experiências que encontrarão ao longo do caminho. Estejam abertos a aprender com seus colegas, professores e mentores, e lembrem-se sempre do seu poder de agência ao aplicar seu conhecimento e habilidades para promover a paz, a cooperação e a compreensão global”.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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