A história do curso de Ciências Contábeis da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) se confunde com a história do Ensino Superior na região. Criado em abril de 1964, o curso já graduou mais de 2,7 mil bacharéis em Ciências Contábeis, que hoje estão inseridos em diferentes áreas da sociedade. O curso visa desenvolver competências e habilidades que preparem os estudantes, desenvolvendo neles o pensamento científico, formação multidisciplinar, comprometimento, visão sistêmica, holística e humanística, cooperativismo, proatividade, inovação, adaptabilidade e, acima de tudo, ética.
“Valorizamos e incentivamos a educação e formação continuada como forma de qualificação profissional. Oferecemos projetos de extensão e inovação para que possam se inserir na comunidade e auxiliar, de alguma forma, nos ambientes em que estão inseridos”, complementa a coordenadora do curso de Ciências Contábeis – Sede, Campus de Montenegro, de Sobradinho e de Venâncio Aires, Melissa Kanitz.
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Atualmente as rotinas vêm sofrendo constantes evoluções, sendo que o contador saiu do perfil burocrático, assumindo papel de analista, consultor, utilizando-se dos números para realizar análises econômicas e financeiras, munindo o dono do negócio de informações úteis para a tomada de decisão. “Nosso mercado é bastante demandado e, com a tecnologia em crescente expansão, demandará ainda mais de profissionais capacitados, com análise crítica e dinamismo. Qualquer negócio, seja ele pequeno, médio ou grande, necessita de contador. Muitos processos foram automatizados, mas a análise permanece necessitando da ação de bons contadores”, acrescenta.
E a comemoração dos 60 anos não poderia ter tido notícia melhor. No dia 2 de abril, foram divulgados pelo INEP/MEC os índices de avaliação dos cursos de graduação. O curso de Ciências Contábeis da Unisc alcançou a nota máxima, sendo o segundo melhor curso do Rio Grande do Sul e do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung) e o melhor em Santa Cruz do Sul.
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Em 2020, Livia Luiza Nichterwitz, de 22 anos, ingressou no curso. A formatura ocorreu em fevereiro deste ano. Atualmente, trabalha como trainee na área de tax (impostos diretos) na Ernst & Young, uma empresa de auditoria e consultoria. “Escolhi contábeis por já trabalhar na área e estar gostando do que fazia. Na época, trabalhava em escritório e era uma carreira que aparecia no top 10 de vagas de emprego. Já a escolha pela Unisc foi feita por ser uma universidade muito renomada na região, com inúmeras turmas formadas, e as pessoas que conheciam falavam muito bem da Unisc. Então, me senti confortável em escolher, tanto que só prestei vestibular na Unisc”, fala.
Dentro da graduação, elenca como momentos importantes a troca de ideias com os professores a respeito da profissão. “Como eu já trabalhava na área, eu tinha disciplinas relacionadas com o meu trabalho, e em diversos momentos eu consegui participar da aula e linkar. Tu já estar inserido nesse meio e conseguir contemplar é um somatório, porque tudo aquilo que se aprende é possível ver que a teoria faz sentido. Então, isso pra mim foi um momento marcante, conseguir linkar o que eu aprendi na faculdade dentro do meu ambiente de trabalho.”
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Além de, hoje, trabalhar na Ernst & Young, Livia tem também o próprio negócio: a Quitutes da Nichterwitz. Lá, tem apoio dos pais e do namorado na produção e nas entregas. O curso só contribuiu para o sucesso do empreendimento. “Eu vejo que tendo o curso de Contábeis consigo projetar as margens de lucro, que são necessárias para o negócio ter retorno, e conseguir atender bem o cliente, satisfazer ao máximo os desejos dele. Além de fazer aquela projeção para como vai ser em 1 ano, em 2 anos, ou mais.”
Os planos de instalação de um curso de Ciências Contábeis evoluem, baseados nos estudos efetuados pela comissão integrada por Paulo Backes, Raul Alcides Waechter e Clóvis Luiz Baumhardt e, em 25 de agosto de 1962, a Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul (Apesc) convida os representantes da comunidade para a cerimônia de fundação da faculdade de Ciências Contábeis.
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Na oportunidade, o Conselho Deliberativo da Apesc também celebrou convênio com a União Sul Brasileira de Educação e Ensino, para utilização de dependências do Colégio São Luís para o funcionamento futuro do curso e estabeleceu que a elaboração do Regimento Interno da Faculdade ficaria a cargo de um quadro de professores já estruturado.
Com a participação do presidente Jurgen Klemm, o Regimento foi redigido por uma comissão presidida pelo engenheiro Milton Mandelli e integrada também pelo juiz Alfredo Zimmer e pelo promotor Gibran Bahlis. O documento foi aprovado pelo Conselho Deliberativo em novembro, e propunha o funcionamento de um curso na área contábil, mas deixava margem para no futuro serem oferecidos cursos correlatos ao estabelecer como critério que “os dois primeiros anos seriam básicos, servindo para todos os cursos, e os dois seguintes seriam de especialização nos diversos cursos porventura existentes.”
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Em março de 1963, Edmundo Hoppe assumiu a presidência da Apesc, elogiando a diretoria que finalizava o mandato e prometendo “dar o máximo de seus esforços para continuar a obra até aquele momento tão bem conduzida.” Todos os esforços da associação continuaram concentrados no intuito de conseguir a autorização legal para o funcionamento da primeira faculdade em Santa Cruz do Sul.
No mês seguinte uma comissão integrada pelo juiz Alfredo Zimmer e também pelo economista Leopoldo Morsch foi ao Rio de Janeiro, onde ainda funcionava o Ministério da Educação e Cultura, para obter do MEC e do Conselho Federal de Educação orientação sobre as mudanças que a regulamentação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estava a exigir no processo de autorização do curso. No decorrer de 1963, os dados anteriormente organizados foram recompilados e acrescidos de novas informações, a fim de atender às exigências legais.
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Finalmente, em 26 de janeiro de 1964, o processo de criação da Faculdade de Ciências Contábeis foi relatado e obteve parecer favorável do Conselho Federal de Educação. A notícia foi anunciada com letras garrafais na imprensa local e a sociedade logo se organizou para oferecer um jantar em agradecimento à comissão. Enquanto o documento tramitava em Brasília, a Congregação dos Professores organizou o primeiro Concurso Vestibular. Alguns dias antes do Golpe Militar, o documento recebeu a assinatura do Presidente João Goulart e foi publicado no Diário Oficial da União .
Em 11 de abril de 1964, com imenso júbilo, a comunidade comemorou a instalação de sua primeira faculdade. Em cerimônia festiva presidida pelo presidente da Apesc, realizada no Salão Nobre do Colégio São Luís, com a presença de membros da comunidade regional, foi instalada a Faculdade de Ciências Contábeis de Santa Cruz do Sul, que passou a funcionar à noite no mesmo prédio.
*Retirado do livro “APESC: uma história de desafios e conquistas”, de Maria Hoppe Kipper e Roque Alvisio Neumann.
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