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Cunha ironiza frase de Dilma sobre estabelecer meta e dobrá-la

Em evento de empresários em Brasília nesta terça-feira, 18, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que o País vive hoje uma “crise de confiança”. Reiterando críticas ao ajuste fiscal do governo, ao qual chamou de “pífio”, o deputado frisou a intenção de agilizar a votação da reforma tributária e aproveitou para alfinetar a presidente Dilma Rousseff.

Cunha quer iniciar a votação de uma emenda aglutinativa à proposta de reforma tributária, que hoje está em comissão especial, entre setembro e outubro e concluí-la até o fim do ano. Ele aproveitou o ensejo para ironizar a declaração de Dilma sobre não estabelecer metas. “Como diria… primeiro a gente atinge a meta, depois dobra a meta [risos]. Vamos tentar atingir a meta e, depois, se possível, a gente dobra”, afirmou Cunha.

O deputado referiu-se à declaração da presidente em julho, durante evento do Pronatec Jovem Aprendiz.
“Nós não vamos colocar uma meta, nós vamos deixar uma meta aberta. Quando a gente atingir a meta, nós dobramos a meta”, afirmou Dilma. A fala teve grande repercussão nas redes sociais e acabou ridicularizada por oposicionistas.

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Ao longo de sua palestra, o presidente da Câmara concordou que estão estabelecidas crises tanto econômica quanto política, mas colocou a solução dos problemas políticos como prioritários, afirmando ainda que eles podem ajudar a solucionar os econômicos. “Crise política e crise econômica são duas crises que nascem e morrem juntas. Uma acaba realimentando a outra e uma acaba matando a outra. É preciso que a gente saiba enfrentar as duas separadamente, mas a prioridade é sempre resolver a crise política porque ela te proporciona as condições para enfrentar a crise econômica”, afirmou.

Para ele, a crise econômica é fruto da adoção de modelos “equivocados”, mas também da perda de confiança no comando da economia. “Vivemos, mais que a crise econômica, a crise de confiança. O ajuste fiscal em si é pífio e não tem nem relevância numérica no problema da falta de superavit. Ele é muito mais simbólico, com o objetivo de mostrar que se tem controle sobre as contas públicas e, consequentemente, você gerar segurança perante os investidores. A confiança tem que ser restabelecida”, completou.

Cunha participou nesta tarde da 3º edição do Visão Capital, evento organizado pelo Jornal de Brasília para debater o cenário do setor empresarial do Centro Oeste. O peemedebista destacou a agilidade que tem procurado empregar às reformas política e tributária desde que assumiu a presidência da Câmara. Os deputados concluíram a votação da reforma política semana passada com a manutenção das doações eleitorais por empresas a partidos.

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Questionado sobre a legitimidade da presidente Dilma e o clima político para que ela conclua o mandato, Cunha afirmou, como em outras ocasiões, que toda pessoa eleita tem legitimidade para ocupar seu cargo. O presidente da Câmara, que rompeu publicamente com o governo em junho, evitou contudo polemizar sobre perguntas a respeito da situação do governo. “Prefiro não entrar nesse tipo de debate. Qualquer opinião pessoal minha vai ser confundida com a posição institucional do poder. O dia a dia é que vai acabar respondendo a todos, pelos atos, fatos e atividade política propriamente dita”, disse.

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