Após conseguir, com apoio do PT e da sua tropa de choque, suspender a reunião do Conselho de Ética que analisaria o parecer preliminar pela admissibilidade do pedido de cassação do mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o peemedebista manobrou mais uma vez e cancelou, já no plenário, a sessão ocorrida na manhã desta quinta-feira, 19.
Após uma guerra de questões de ordem, o segundo secretário, Felipe Bornier (PSD-RJ), para quem Cunha passou a presidência, acatou os argumentos dos aliados do peemedebista assim que começaram as discussões acerca do Conselho. As alegações giraram em torno de descumprimentos de questões regimentais, todas já alegadas durante a reunião da comissão julgadora.
Mesmo sem integrar a comissão julgadora, a tropa de choque do peemedebista compareceu em peso para derrubar a sessão. Sem registrar presença, um dos mais fieis escudeiros de Cunha, André Moura (PSC-SE), pediu o encerramento da sessão antes mesmo que ela fosse aberta alegando falta de quórum. Com base no artigo 79 do Regimento Interno, alegou que, passados 30 minutos do horário marcado para o início dos trabalhos do Conselho, o presidente deveria declarar que não haveria quorum. Agendada para 9h30, às 10 horas apenas oito membros já haviam registrado presença. André Moura pediu a palavra às 10h20. Às 10h23 o quorum foi atingido, com 11 integrantes da comissão presentes.
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Além do presidente e do relator, estavam: Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Betinho Gomes (PSDB-PE), Júlio Delgado (PSB-MG), Nelson Marchezan (PSDB-RS), Paulo Azi (DEM-BA), Sandro Alex (PPS-PR), além dos suplentes Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Capitão Augusto (PR-SP) e Jorginho Mello (PR-SC).
Outro aliado de Cunha, Manoel Júnior (PMDB-PB) também apelou ao Regimento Interno, pedindo a leitura da ata da reunião anterior do Conselho, baseado no artigo 50 da norma da Casa. O presidente do Conselho afirmou não ter o documento pronto. Foi interrompido pelo aliado de Cunha que afirmou que a sessão estava impedida de continuar por ferir o regimento. “O presidente do Conselho de Ética é José Carlos Araújo e não Vossa Excelência”, respondeu.
Como informou a Folha de S.Paulo, a sessão desta quinta serviu como um teste de fidelidade dos membros do Conselho que os aliados de Cunha acreditam estar ao lado dele no caso. A orientação era esvaziar a reunião, o que ocorreu.
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Em um acordo de bastidor que envolve o congelamento dos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o PT cumpriu com a sinalização dada na quarta-feira, 18, de que ajudaria Cunha a protelar seu processo de cassação.
Na sessão desta manhã, nenhum petista registrou presença até a abertura dos trabalhos. Em seguida, chegaram Assis Carvalho (PT-PI), que é suplente, e Zé Geraldo (PT-PA). Eles, contudo, acompanharam a reunião em silêncio.
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