Parte da história de Santa Cruz do Sul reside na negra locomotiva que está há quatro anos na Praça Siegfried Heuser. Com o objetivo de manter o patrimônio, a Secretaria de Cultura trabalha em alternativas para revitalizá-la. O secretário Edemilson Severo estará em Bento Gonçalves na semana que vem, entre os dias 15 e 17, no 3º Congresso Estadual de Cultura e aproveitará a viagem para conversar com os profissionais que reformaram a locomotiva que opera na Serra Gaúcha com finalidade turística.
Com isso, buscará informações para um orçamento de restauração da máquina, que no caso de Santa Cruz, não entrará em operação. No ano passado, a estimativa era de R$ 600 mil. Severo acredita que o valor pode ser menor. “Vamos buscar novos orçamentos, principalmente pelo fato de que a nossa locomotiva não entrará em operação. O importante é que as características originais sejam mantidas”, explica. Um engenheiro mecânico da Prefeitura irá avaliar o orçamento e depois fará um acompanhamento dos serviços futuros.
Para captar recursos, vários projetos devem ser enviados para as esferas estadual e federal. Com isso, a contrapartida do município seria menor. Em relação ao vagão, que veio de Santa Maria em 2008, Severo avalia que o custo é menor, estimado em até R$ 30 mil, por necessitar somente de pintura, soldas e substituição de madeiras. Ele acrescenta que as intervenções devem obedecer regras do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) pelo fato de serem bens tombados. “Com os projetos aprovados, podemos apresentá-los a potenciais patrocinadores. A revitalização é uma ação fundamental para a preservação histórica do município”, considera.
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Diretor do Departamento de Cultura, Nasário Bohnen relembra o esforço para trazer a locomotiva da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) em 2015. “O propósito era resgatar a história da ferrovia que proporcionou desenvolvimento econômico a Santa Cruz e região. Ao avançar no projeto de revitalização, o município semeia a cultura de preservação. Temos que valorizar o passado empreendedor, quem trabalhou muito para construir uma realidade boa para vivermos hoje. Fico muito feliz com o projeto”, exalta.
Locomotiva foi trazida em setembro de 2015
Para valorizar a história de Santa Cruz do Sul, a locomotiva a vapor Mikado nº 648 de 43 toneladas com dois tenders, fabricada em 1925, foi trazida em setembro de 2015 da Ulbra e acoplada a um vagão junto à antiga Estação Férrea, onde funciona o Centro de Cultura Jornalista Francisco José Frantz. O projeto iniciado em 2005 foi criado com o objetivo de contar a história do desenvolvimento de Santa Cruz e região através da ferrovia. Porém, a revitalização prevista para a locomotiva não saiu do papel. Em 2017, o CTG Lanceiros de Santa Cruz relembrou a chegada da linha férrea em 1905 e a posterior desativação definitiva do ramal em 1965, nas performances de entrada e saída das Danças Tradicionais do Enart.
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