Em tempo de férias, é bom ter cuidado redobrado com as finanças para evitar futuras dores de cabeça. É que o pagamento do adiantamento salarial resulta numa folha de pagamento bem mais enxuta no mês seguinte. Aí é que muita gente se vê diante de um problema que pode ter maiores proporções se não for administrado de forma correta
A analista financeira Jaqueline Agnes, de 28 anos, procura calcular tudo e manter o valor do adiantamento guardado para usar só no mês seguinte. Também conta com uma planilha eletrônica onde assinala os gastos com despesas fixas e a fatura do cartão. A ideia surgiu de um susto com o primeiro cartão de crédito, há alguns anos. “Me perdi nas contas. Tive que deixar metade da fatura para o mês seguinte.”
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São experiências como essas que acabam incentivando a procura por medidas que evitem problemas futuros. Confira algumas abaixo:
PARA LEMBRAR SEMPRE
– Para a especialista em Direito do Trabalho, Suzete da Silva Reis, a confusão entre os assalariados é comum porque muitos se esquecem de que o pagamento seguinte ao fim das férias ocorrerá somente após um mês de trabalho.
– O salário referente ao período de férias é pago antecipadamente, até dois dias antes de se iniciarem as férias.
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– Se a pessoa usufruir 30 dias de férias, de 1o a 30 de março, por exemplo, o pagamento vai ser efetuado ao fim de fereveiro e será equivalente ao mês de março.
– Ou seja: se o trabalhador recebe R$ 900, até dois dias antes de iniciar as férias, ele receberá o salário de forma antecipada, além de mais um terço, que seria R$ 300,00, usando o valor do exemplo.
– Com isso, o próximo pagamento, após o fim das férias, ocorrerá apenas em maio (até o quinto dia útil, em regra), referente ao trabalhado em abril.
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– Assim, a pessoa não recebe os vencimentos no início de abril, pois já ganhou o valor referente a março antes de sair de férias. A exceção são comissões ou outras parcelas salariais relativas ao período.
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A REGRA É PLANEJAR
Manter o controle e ter conhecimento real sobre a própria situação financeira podem evitar que o pós-férias seja um momento complicado. Para o educador financeiro Francisco Teloeken, o ideal é planejar e procurar economizar para aproveitar o momento. “Não tem graça voltar de férias e ter um monte de dívidas para pagar. Além de não ter se planejado, quem ainda estiver endividado ou até inadimplente deve considerar a possibilidade de passeios mais em conta, conhecendo lugares até da própria cidade onde mora”, afirma.
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Segundo Teloeken, o ideal é planejar as férias com bastante antecedência, o que permite escolher opções mais interessantes e com melhor custo-benefício. É fundamental fazer um diagnóstico da situação financeira pessoal ou familiar durante 30 dias (em caso de renda fixa) ou 90 (se a renda for variável). Isso implica anotar todas os desembolsos, desde o simples cafezinho até as prestações de casa, carro ou moto. Com esse diagnóstico é possível identificar e reduzir ou eliminar despesas supérfluas e poupar para as férias
Conhecendo bem a realidade financeira, é possível saber o quanto se pode gastar com as férias. Também é importante ter uma reserva para imprevistos que surgem em qualquer tempo, inclusive nesse período. Vale começar a poupar muito antes do início das férias. Criar uma conta especial para depositar mensalmente um valor determinado
É preciso pesquisar o melhor custobenefício e cuidar para não cair em golpes relacionados a aluguéis, por exemplo. No planejamento de férias é importante envolver toda a família, inclusive as crianças, conversando sobre os desejos de cada um para acomodá-los no “pacote”. Todos devem abrir mão de alguma coisa pelo bem comum.
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