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Crise de refugiados deve ser tratada como problema global, diz UE

A atual crise migratória na Europa deve ser encarada como um problema global e não como um problema apenas da União Europeia (UE), defendeu o embaixador da UE na Organização das Nações Unidas (ONU), João Vale de Almeida.

“Não há soluções nacionais, é preciso uma ação liderada pela UE. É um problema que necessita de soluções globais. Os problemas que esta crise dos refugiados levanta são muito sérios. Se não forem respondidos com grande determinação podem se tornar ainda mais graves”, alertou em entrevista à Lusa o diplomata português que, na terça-feira, apresentou credenciais como chefe da delegação da UE nas Nações Unidas.

Para Vale de Almeida, “os europeus têm que encontrar soluções no âmbito da UE para acolher decentemente pessoas e têm que encontrar soluções para garantir a segurança das suas fronteiras. São temas complexos e difíceis”.

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O problema migratório de famílias que fogem de conflitos no Oriente Médio é o tema mais sensível e mais importante que o embaixador da UE afirma enfrentar desde que começou a trabalhar em Nova York, em 16 de outubro.

Números

Até ao momento, a União Europeia recebeu 281,4 mil solicitações de asilo de cidadãos sírios. Em 26 de outubro, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciou a criação de estruturas para acolher 100 mil refugiados ao longo da rota dos Balcãs e o financiamento de 62 milhões de euros para ajudar refugiados sírios.

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João Vale de Almeida disse à Lusa que, além dessas medidas, será preciso mobilizar mais esforços dos países da região e da comunidade internacional. “Tanto a Comissão Europeia quanto o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu têm insistido muito claramente na necessidade de soluções europeias para esse problema. Temos uma combinação de uma logística complicada com um problema político difícil de gerir. É uma situação complexa e as soluções não são fáceis”, adiantou o diplomata português.

Países-Membros da UE ainda insistem em dar respostas nacionais e isoladas como a construção de uma barreira na fronteira da Áustria com a Eslovênia para deter o fluxo de migrantes, a primeira dentro do espaço Schengen.

“Acredito que a Europa vai encontrar suas soluções. Não estou imaginando que a UE possa se desintegrar na sequência dessa crise”, afirmou Vale de Almeida ao comentar o debate político interno na UE que a crise dos migrantes provoca.

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O novo embaixador da UE nas Nações Unidas defendeu ainda que os líderes europeus devem responder à ansiedade da opinião pública, mas têm de ter em conta os direitos naturais dos cidadãos que procuram a UE como uma solução para suas vidas.

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