Polícia

Criminosos agiam com violência e coação, afirma delegado em julgamento de Máscara

Em seu depoimento durante o júri que condenou a 20 anos de prisão Maicon Robson Schmidt – também conhecido como Máscara no submundo do crime – pelo assassinato de Alexsandro Luis dos Santos Mello, conhecido como Abelardo, de 18 anos, o delegado responsável pela investigação do homicídio, Alessander Zucuni Garcia, salientou a produção das provas durante o inquérito, sobretudo a localização do vídeo no celular de Máscara e o relatório da movimentação do réu pela tornozeleira, que indicou o exato local do crime. “Cabe ressaltar que esse local não é caminho. É bem afastado, sem imóveis, quase uma área rural.”

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Segundo o delegado, o grupo liderado por Máscara, que contava ainda com outros réus nesse caso e demais faccionados, coagia moradores do bairro e realizava festas, postando em redes sociais imagens que faziam alusão ao líder Chapolin e itens em referência a Os Manos. “Era um grupo que estava se impondo através da violência e coação aos moradores.” Máscara era chamado de “padrinho” pelos supostos subordinados.

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Sabendo que a Defensoria Pública usaria a falta de perícia na voz como tese de defesa, o promotor Flávio perguntou antecipadamente ao delegado o porquê de não ter sido feita a perícia no vídeo. O titular da 2ª DP respondeu que, em contato com o Instituto-Geral de Perícias (IGP), lhe foi dito que os poucos segundos em que é possível ouvir a voz de Máscara não dariam para fazer uma comparação, por isso não levou adiante a possível prova.

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A ligação da vítima e do réu com o tráfico de drogas ficou evidente no depoimento do delegado. Na apuração dos celulares apreendidos, em conversas de WhatsApp visualizadas em um grupo chamado “Os Manos”, foi apurado que Máscara teria se oferecido para matar um desafeto de um homem conhecido no submundo do crime pelo apelido de Gordo Jô, líder da facção, atualmente preso em Santa Catarina.

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Conforme Alessander, havia alguns grupos liderando o comércio de drogas na cidade. Um deles era comandado por um homem que tem o apelido de Nirinho e é do Bairro Progresso. No entanto, na época do crime, este não estaria alinhado com Os Manos e teria criado uma facção própria, chamada de Os Máquinas, ou MK. Abelardo foi preso pela Brigada Militar transportando droga de Nirinho em 23 de março de 2016.

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Ele estava em um Voyage branco com 3 quilos de maconha e uma porção de crack, na BR-471, próximo ao Bairro Progresso. Além dele, estava no automóvel Rubiana Amabélia Krug dos Santos, de 26 anos. “O pessoal d’Os Manos entendeu aquela ação do Abelardo e da mulher, em transportar drogas de outro grupo, como uma traição”, explicou Alessander.

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Conforme as investigações, o resultado disso foi que Rubiana, que cumpriu alguns meses de prisão após ser pega com as drogas, foi assassinada no dia 19 de julho de 2016, horas após deixar o presídio, em sua casa, no Bairro Bom Jesus, pelo ex-pistoleiro Marcelo do Carmo, o Marcelinho. E Abelardo, que foi para a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) de Porto Alegre, foi morto ao receber a saída temporária de fim de ano.

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