Não quero que ninguém se ofenda. Apenas não entendo e, antes de consultar o melhor psiquiatra do mundo, queria uma explicação de meus amigos. Peço, antecipadamente, desculpas por parecer tão casmurro. Mas é o que penso.
Velório. Risadas, piadas. Acho de menor elegância. Além disso, não é melhor só abraçar os que sofrem o luto, sem dizer nada? Por que tirar o microfone das mãos do Criador e discursar, entre convulsões, piorando a dor dos já chorosos com “Deus sabe o que faz”.
Como assim? Quem somos nós para imputar ao Criador a morte da pessoa?
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Por que a afeição tem de ser verbalizada? Sinceros são os gestos, como fazem nossos parceiros da vida aqui no planeta, os animais, que já pararam, antes de nós, de falar e falar.
E que dizer dos fogos, que são a criancice dos adultos. Qual é a graça dessas luzes efêmeras, que não servem para nada? Ahh, mas tem os coloridos! Ah, é isso? Então os fogos são melhores do que a lua, o sol, as estrelas? E qual é o resultado que os fogos deixaram depois de 30 segundos? Qual seu legado? O que sobrou? Não entendo por que o mundo inteiro gosta de queimar pólvora, assustar pássaros e animais. Não seria melhor abraços e cantares?
Sim! Cantar, cantar, cantar! Disso pouca gente se lembra.
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E que tal uma tertúlia? Tragam adultos e crianças para tocar. Desliguem a música eletrônica, por favor.
Alguém se lembra de que há prioridades nesse nosso país tão rico, mas tão pobre? Deixemos os países ditos ricos e deslumbrados, mas que não geram alimentos, fazerem suas criancices. Nós não temos nenhum direito de gastar dinheiro em infantilidades. Os fogos, sejam quais forem, são uma agressão à natureza e agridem os indefesos animais e demais integrantes da nossa nave azul.
Sou testemunha de que os cães fogem desesperados. Já vi ninhos de pássaros caídos depois desses espetáculos que, repito, considero infantiloides. E vou mais longe: são visivelmente improbos os agentes públicos que gastam nosso dinheiro a título dessas atividades sem fundamento.
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Amigos leitores: há uma riqueza acumulada que permita essas coisas com nosso dinheiro? E os hospitais? Todo mundo atendido? E as escolas? Sobrando dinheiro para os professores? Sobrando dinheiro para estradas? E a cultura verdadeira? E o ensino gratuito das artes?
Gente, é questão de prioridade.
Vamos sempre lembrar: mesmo com teu próprio dinheiro, não te assiste o direito de ferires a natureza.
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A mãe Natureza está nas últimas. Quem sabe levas teus filhos num lugar escuro e lhes mostras a beleza do céu com suas constelações? É grátis. E não polui.