Crianças da Copame vivenciaram uma imersão nas atividades do tradicionalismo e se divertiram com passeios de charrete e cavalo
Se uma das premissas do tradicionalismo é passar a cultura gaúcha às novas gerações, o CTG Garrão de Potro, com sede na localidade de Linha Travessa, está cumprindo essa tarefa com maestria. No sábado, 14, cerca de 30 crianças integrantes da Associação Comunitária Pró Amparo do Menor (Copame), entidade santa-cruzense que completa 40 anos no mês que vem, foram até o local e vivenciaram uma imersão nas atividades da lida campeira.
Elas participaram de oficinas de danças gauchescas, andaram a cavalo pelos quase 7 hectares da propriedade em que fica a sede do CTG e ainda participaram de divertidos passeios de charrete. E também acompanharam a organização das atividades da ronda crioula. Conforme o patrão Paulo Roberto Görck, de 62 anos, é o terceiro ano em que são realizadas ações do tipo com as crianças da Copame.
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“É uma experiência bem gratificante e comovente. Acaba sendo um dia diferente para eles que estão lá sempre no mesmo ambiente. Aqui, eles têm a oportunidade de sair, ter essa vivência ao ar livre, na lida com animais”, comentou Görck. A parceria nas atividades é com a empresa Cavalo da Liberdade. Conforme a proprietária Samantha Centeno, além da experiência, a ação acaba trazendo todos os benefícios da equoterapia.
“É importante fazer com que as crianças participem de atividades assim e se sintam pertencentes a essa cultura, em um dia no campo, com esse contato com os animais e principalmente com o cavalo, que sempre esteve conosco em toda a nossa história”, salientou Samantha. Além da parte relativa ao tradicionalismo, o CTG ofereceu às crianças café da manhã e almoço.
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Na parte da tarde, após os passeios a cavalo e de charrete, foi oferecido um lanche com bolos e cachorro-quente de linguiça, preparados pelos integrantes do Garrão de Potro, que cuidam da parte da cozinha. “Aqui tudo é feito de forma voluntária pelos nossos membros”, enfatizou Paulo Roberto Görck, que repete em 2024 o posto de patrão que já havia ocupado em 2020, ano da pandemia.
A Semana Farroupilha de Santa Cruz do Sul seguiu nesta segunda-feira com programação do CTG Recanto Nativo, de Monte Alverne, que pela manhã recebeu o grupo de cavalarianos com a centelha da chama. Depois há desfile pelas ruas da localidade e ronda crioula na subprefeitura no restante do dia.
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No CTG Rincão da Alegria, do Bairro Figueira, os eventos iniciaram-se pela manhã, com a recepção da Chama Crioula, e continuam ao longo da segunda-feira, com tertúlia livre, mateada, apresentações artísticas, jantar e baile com o grupo Pegadão Gaúcho.
Mais ao fundo na propriedade, em um galpão aberto, membros do Garrão de Potro escutavam músicas tradicionalistas e, servidos de boas bebidas, acompanhavam a minuciosa produção de uma refeição que já se tornou clássica do CTG: a paella gaudéria do Joarez. “Vai carne de gado, porco, frango, coração, calabresa, tudo picadinho. Frita tudo e depois mistura. Na paellera vai cebola e alho, e trabalha como se fosse um carreteiro”, detalhou o homem para a Gazeta.
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Joarez de Oliveira, de 71 anos, é membro histórico do grupo. Já foi patrão duas vezes do Garrão de Potro e está na patronagem há 20 anos. Morando em São Francisco de Paula, veio especialmente participar das festividades farroupilhas em Linha Travessa. Sem nenhum tipo de cerimônia para revelar a receita tradicional, ele contou todos os passos de sua paella gaudéria.
“Depois coloca o arroz, deixa ficar no ponto e, em cima, quando tiver praticamente pronto, coloca uma camada de ovo cozido fininho e tempero verde, e depois as camadas de pimentão verde, vermelho e amarelo”, disse ele, que, com esses últimos ingredientes mais coloridos, forma um desenho da bota que está no logo do CTG Garrão de Potro. Ao final de sábado, o jantar foi servido. Um baile com Lídio Frantz e Os Camperitos encerrou as atividades.
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