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Criança indígena é deixada sozinha e recolhida pelo Conselho Tutelar

Um menino de 4 anos foi recolhido pelo Conselho Tutelar de Santa Cruz do Sul na tarde desta segunda-feira, 22, depois de ser deixado sozinho no Centro. Conforme a delegada Raquel Schneider, que acionou o Conselho, a criança indígena estava sentada na calçada, ao lado de uma placa com um pedido de doações e alguns ramos de chá de macela.

A delegada passou pelo menino na Rua Tenente Coronel Brito, por volta das 14 horas. Conversando com funcionários de uma padaria das proximidades, na quadra entre as ruas Júlio de Castilhos e 28 de Setembro, soube que não era a primeira vez que a situação acontecia. “Eu saí e, quando voltei, ele ainda estava ali sozinho”, explicou a delegada.

Diante da situação, Raquel acionou o Conselho Tutelar, que chegou ao local por volta das 15h30. Quando o menino já estava dentro do carro, a mãe dele chegou, afirmando que apenas havia ido no banheiro. A justificativa dela foi contrariada pelos funcionários das lojas próximas, que afirmaram que a situação era recorrente.

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 “A situação em pauta aqui é deixar uma criança sozinha por horas”, comentou a delegada, afirmando que registrou uma ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA). O boletim será encaminhado à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), para investigação de um possível abandono de incapaz. 

Situação é atípica, diz Conselho

Mãe e filho foram levados ao espaço onde os indígenas estão alojados, cedido pela Prefeitura. Conforme o presidente do Conselho Tutelar, Roberto Schaefer, a situação registrada nesta segunda-feira é atípica, considerando que “normalmente as mães ficam perto e as crianças não são tão pequenas”. Nesse caso, especificamente, a mãe foi orientada pelos conselheiros a não repetir a atitude e a repassar o alerta aos demais indígenas, da etnia Guarani, de Salto do Jacuí.

Entretanto, esta não é a primeira orientação que recebem sobre esses casos. O coordenador do Albergue Municipal e do acolhimento indígena em Santa Cruz, Claudiomiro de Oliveira, afirma que sempre há conversas com os grupos sobre este tema. “A gente fornece o espaço e, da nossa parte, pedimos para que eles não deixem as crianças sozinhas ou pedindo esmola”, comentou.

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O coordenador explica, no entanto, que os grupos seguem regras próprias, estabelecidas pelo cacique e já debatidas entre as autoridades com o Ministério Público do Trabalho e a Fundação Nacional do Índio (Funai). “A gente orienta, mas é uma parte da cultura deles, na qual não podemos interferir”. 

Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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