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Criança diz cada uma!

Leonardo, filhinho de uma colega aqui da Gazeta, a Simoni Gollmann, chegou em casa com uma baita novidade:
– Mãeeee, eu tô namorando! 

O Leo ainda não tem 10 anos de idade.
– Tudo bem, meu filho, e como é este namoro aí de vocês? – quis saber a Si.
– Bem, mãe, a gente ainda é muito novinho para ficar se beijando e tal. Então a gente senta junto, um do lado do outro, e fica olhando as estrelas.
– E como é que vocês ficam olhando as estrelas se vocês só se encontram na parte da manhã, na escola?
– Ah, mãe, tu me entendeu, tá!

Me divirto muito com histórias que envolvem crianças, com este humor ingênuo, inusitado, e ainda não contamidado pelas agruras e sacanagens da vida adulta. 

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Sou fã, por exemplo, das crônicas que um outro colega meu, o Ricardo Düren, escreve aqui neste mesmo espaço, sempre envolvendo um ou todos os seus filhos – ele, que também deve ser muito fã de crianças, pois que tem um monte em casa… –, nos dando lições de como a vida pode ser mais gostosa, divertida e melhor de ser vivida se a gente começa a prestar um pouco mais de atenção na ótica dos pequenos, que é sem estresse!

Na minha família, por parte dos Ulrich, há uma história que envolve um de meus irmãos – o Marcelo, quando ele ainda era o Marcelinho –, que até hoje, quando a gente lembra, rende boas risadas.

Ei-la: familião reunido na praia, em Capão da Canoa, fomos todos na rodoviária buscar um tio meu, retardatário, o Tio Jony. 

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No caminho, minha avó, a Vó Wally, abriu o jogo: 
– Deixei cair Q-Boa na calça nova do Jony, na viagem pra cá… Ele comprou especialmente para usar aqui na praia. Pelamordedeus, não digam nada pra ele, porque aí ele me mata… e adeus praia!

Entre os Ulrich é assim: Q-Boa na calça nova é morte súbita!

O ônibus chegou, meu tio nem bem encostou um pé na calçada, e o Marcelinho, com aquela carinha típica do não-tô-nem-aí, inicia o seguinte diálogo com o seu tiozinho do coração:
– Tio, tu vai sair hoje de noite?
– É bem provável que sim, por quê?
– E tu vai querer usar a tua calça nova?

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O Mário Prata (o escritor) uma vez também me contou uma boa sobre o seu filho, o Antonio. O guri tinha uns 4 anos, levou uma bronca lá do Mário, por algum motivo qualquer, e revidou, xingando, feroz:
– Pai, você é uma anta!

Mário, sem perder a calma, perguntou:
– Ah, é? E quem é filho de anta, é o quê?

O guri pensou uns dois segundinhos e se saiu com esta pérola:
– Filho de anta é… é… Antonio!

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