Após a derrota do Brasil para o Uruguai, em pleno Maracanã, o uniforme branco da seleção brasileira caiu em desgraça. Foi substituído, a partir das eliminatórias da Copa do Mundo de 1954, pelo fardamento que reproduzia as cores da Bandeira do Brasil: camiseta amarela com detalhes nas mangas e na gola em verde e calção azul com listras brancas nas laterais.
O novo uniforme foi escolhido em concurso nacional, vencido pelo gaúcho Aldyr Garcia Schlee, desenhista de 18 anos. Nascido em Jaguarão, na fronteira com o Uruguai, e morador de Pelotas, Schlee se inspirou na camisa da celeste olímpica, como é conhecida a seleção uruguaia, e na combinação de cores do Esporte Clube Pelotas – calções azuis e camiseta amarela.
O autor da camisa canarinho morreu na noite de quinta-feira, 15, vítima de um câncer de pele, diagnosticado em 2012. Completaria 84 anos no próximo dia 22 de novembro. A prefeitura de Pelotas decretou luto oficial de três dias.
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Schlee foi escritor, jornalista, desenhista e professor. Doutor em Ciências Humanas, foi professor por 30 anos de direito internacional da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e participou da criação do curso de jornalismo da Universidade Católica de Pelotas (UCPel).
Em 1963 ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo pela reportagem sobre o xisto betuminoso (rocha a partir da qual é possível produzir petróleo de xisto) no Rio Grande do Sul. Autor e tradutor de quase 30 livros, Schlee recebeu duas vezes o prêmio da Bienal de Literatura e outros seis vezes do Açorianos.
Nos últimos anos, Schlee vivia em Capão do Leão, cidade próxima a Pelotas. Tinha três filhos e três netos. O corpo está sendo velado em Pelotas, onde será enterrado, no fim desta tarde.
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