O pedido de criação de uma CPI na Câmara dos Deputados para investigar irregularidades na Petrobras teve apoio de 52 deputados da base de apoio do Palácio do Planalto. Ao todo, 182 deputados assinaram o requerimento a favor da investigação. Para uma CPI ser viabilizada, são necessárias 171 assinaturas. Além dos oposicionistas, parlamentares do PDT (14), PSD (12), PMDB (10), PR (7), PP (5), PRB (2), PTB (1) e PROS (1) assinaram o requerimento. Todas essas siglas estão representadas no primeiro escalão da presidente Dilma Rousseff. Não há mais prazo para a retirada de assinaturas – agora, a CPI só seria inviabilizada se 91 parlamentares retirassem o apoio em bloco.
Ao montar sua equipe para o segundo mandato, Dilma privilegiou nomes com maior interlocução com o Congresso. A ideia era reforçar sua base de sustentação, mas a petista já sofreu uma derrota histórica com a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para o comando da Câmara, mesmo com a pressão do governo para esvaziar sua candidatura, e, agora, também vê governistas apoiarem a criação de uma CPI. Para o Planalto, uma nova comissão irá ampliar o desgaste da estatal e do governo. A equipe de Dilma prefere restringir as investigações à Justiça para barrar o fortalecimento de um novo palco para a oposição.
A instalação da CPI depende agora de um ato que pode ser assinado ainda nesta quarta-feira, 4, por Cunha. Ele já sinalizou que, respeitando as exigências regimentais, vai dar andamento à CPI. Durante a campanha, o peemedebista disse que sua bancada iria ajudar a viabilizar a investigação. Após a assinatura, cabe aos líderes indicar os integrantes. Devem ser 26 nomes, sendo que a base governista terá maioria.
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A oposição já discute estratégias para a nova investigação. A ideia é incluir provas da CPI da Petrobras realizada no ano passado no Congresso, da operação Lava Jato, que investiga as irregularidades da Petrobras. O líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), afirmou inclusive que a CPI terá papel decisivo para produzir material e embasar eventuais processos de cassação contra parlamentares envolvidos no esquema e que podem ser alvo de pedido de investigação do Ministério Público Federal ao STF em breve.
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