A CPI do Futebol aprovou nesta quinta-feira, 20, a quebra de sigilo bancário do atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. O requerimento foi apresentado pelo senador Romário (PSB-RJ), que é o presidente da comissão. Serão analisadas as movimentações bancárias do dirigente a partir de março de 2013. “Como o Marco Polo Del Nero é hoje o presidente da CBF, e a CBF é a entidade maior do futebol e a mais corrupta, através da qual a gente tem visto essas falcatruas, essas ilegalidades e sacanagens, eu acredito que a quebra de sigilo desse senhor seja bem interessante para a gente entender o que ele realmente vem fazendo com o nosso futebol”, afirmou Romário.
Escalado pelo PMDB para ditar o ritmo da CPI, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que é relator da comissão, afirmou que não era o momento de quebrar o sigilo do dirigente, mas foi voto vencido. O colegiado também aprovou a quebra de sigilo do empresário do setor de turismo e eventos, Wagner José Abrahão, parceiro da CBF. Foram convocados para depor na CPI os empresários Kléber Leite e Cristian Corsi. Leite é presidente da Klefer, empresa de marketing esportivo. Corsi é executivo da Nike no Brasil, empresa que fornece material esportivo para a seleção brasileira. O presidente do Vasco, Eurico Miranda, por sua vez, foi convidado. A diferença entre convocação e convite é que os convocados são obrigados a comparecer à comissão.
O colegiado, no entanto, não aprovou a convocação de Del Nero e do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira. Segundo Romário, as investigações precisam avançar para que isso aconteça. “Mas vocês podem ter certeza, a palavra dada será a palavra cumprida, eles, por minha parte, serão sim convidados a vir à CPI, porque são pessoas que têm muito a nos contar sobre o futebol brasileiro”, disse.
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A CPI também aprovou o pedido à CBF para ter acesso aos contratos referentes aos amistosos da seleção brasileira dos últimos dez anos. Em maio deste ano, o jornal O Estado de S.Paulo revelou contratos comerciais da CBF com seus parceiros. De acordo com as reportagens, a entidade “vendeu” a seleção brasileira a representantes. As reportagens foram assinadas pelo correspondente do jornal em Genebra, Jamil Chade, que participou da audiência da CPI na terça.