Responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Paraná, o juiz federal Sergio Moro autorizou nesta quarta-feira, 25, que o pecuarista José Carlos Bumlai, preso na terça-feira, 24, sob suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção, seja ouvido pela CPI do BNDES. A sessão será realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília, na terça-feira, 1º, a partir das 14h30. Bumlai, que está preso preventivamente, será escoltado pela PF até a capital federal.
Amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bumlai é investigado, entre outros fatos, pelos empréstimos que suas empresas contraíram no BNDES, entre 2005 e 2012, que somam cerca de R$ 500 milhões. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), as empresas ou estavam inativas ou não tinham atividade operacional na época. Grande parte das operações nunca foi paga.
A São Fernando Açúcar e Álcool, por exemplo, obteve um contrato de R$ 338 milhões com o BNDES quando já havia um pedido de falência, em 2008. A empresa tem um passivo de cerca de R$ 1 bilhão atualmente -aproximadamente metade dele com o BNDES. Já a São Fernando Energia conseguiu um empréstimo de R$ 101 milhões quando estava inativa operacionalmente, de acordo com o MPF, e possuía apenas sete empregados.
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Segundo os procuradores, chamou a atenção a realização de saques “vultosos” das contas da São Fernando por Bumlai, o que pode ser um indício de dissimulação do caminho até o destinatário final do dinheiro. Uma das hipóteses é que parte dos valores tenha sido destinada a agentes políticos. As investigações, porém, ainda estão em fase inicial.
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