O 18º Núcleo do Cpers/Sindicato realizou no fim da tarde desta quarta-feira, 7, um ato em favor do professor que foi afastado do Colégio Estadual Luiz Dourado após se envolver em uma polêmica iniciada com uma discussão política. O professor – que é contratado e não concursado – teria feito um comentário de cunho político no dia seguinte à eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República. O caso foi alvo de reclamação de alguns pais de alunos do 6º ano e foi parar na Coordenadoria Regional de Educação (CRE).
A mobilização começou por volta das 17h30 e contou com representantes dos professores, alunos e da direção estadual do Cpers/Sindicato. Durante os discursos, os ânimos se acirraram depois que um homem que passava pela Praça Getúlio Vargas começou a gravar o ato com o telefone celular. Eduardo Wartchow, que disse ser pai de alunos da rede estadual, afirmou à reportagem que estava passando e decidiu gravar o ato. Participantes da mobilização hostilizaram Wartchow, que seguiu no local até o fim do encontro.
O professor afastado participou do ato. Até então Dilso dos Santos vinha pedindo para ter o nome preservado temendo que a polêmica atingisse sua família. Ele não falou com a imprensa na praça, mas discursou durante o protesto. Dilso recitou um poema de Manoel Bandeira e trechos de Machado de Assis.
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Antes da mobilização na praça, a representantes do Cpers participaram de reunião na Coordenadoria Regional de Educação para tentar costurar o retorno do professor à escola, onde ele dava aula de Língua Portuguesa e Literatura. O sindicato disse que o encontro foi positivo e que está otimista com a possibilidade de Dilso dos Santos voltar à sala de aula. O coordenador regional de Educação, Luiz Ricardo Pinho de Moura, não havia sido localizado até a publicação desta reportagem.
Ainda nesta quarta-feira o Partido dos Trabalhadores (PT) em Santa Cruz soltou nota manifestando apoio ao professor. “Nos solidarizamos com os trabalhadores em educação que, além de contar com uma estrutura precária e a desvalorização salarial, agora são acusados de serem doutrinadores por pessoas que desconhecem a realidade da escola”, cita a nota do PT.
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