Anunciada ainda em outubro, a greve geral prometida pelo Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) foi confirmada na tarde dessa quinta-feira, 14, durante ato realizado em Porto Alegre, na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini. A manifestação do sindicato que representa o magistério contou com a participação de outras classes do funcionalismo estadual e foi realizada em repúdio ao pacote do governo do Estado que prevê a revisão das carreiras dos servidores.
“A partir de segunda-feira, iniciamos essa greve diante da decisão do governo do Estado em manter esse pacote de reformas. Entre os motivos principais do movimento, destacamos os 47 meses de salários atrasados e parcelados, os cinco anos sem reposição salarial e também o nosso desagrado diante das medidas que esse projeto apresenta, atacando direitos conquistados historicamente”, ressaltou Cira Kaufmann, diretora do 18º núcleo do Cpers, com sede em Santa Cruz do Sul.
Ela participou do ato promovido na quinta em Porto Alegre junto com 350 professores e funcionários da área de abrangência do 18º núcleo. Segundo Cira, a grande maioria das escolas estaduais deve aderir à greve. Porém, o sindicato ainda não tem a confirmação de quais vão parar na região. “A partir de segunda-feira, teremos um panorama oficial sobre as escolas que não irão funcionar. Mesmo assim, cada uma já vem confirmando desde os últimos dias a parada ou não junto aos pais dos alunos”, finalizou.
Manifestações
Segundo a 6ª Coordenadoria Regional de Educação (6a CRE) de Santa Cruz do Sul, 25 escolas realizaram paralisações na quinta (veja a lista no quadro abaixo). Em Boqueirão do Leão e Vera Cruz, a adesão das instituições foi total. Também em Vera Cruz, os 250 alunos da Escola Paraguaçu tomaram as ruas centrais da cidade para protestar. A professora de língua portuguesa Eloísa Fabiana da Silva conta que a iniciativa partiu dos próprios estudantes. “Eles pediram para fazer essa mobilização, em apoio às manifestações que ocorreram em Porto Alegre. Nós nos sentimos acolhidos pelos alunos.”
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O grupo caminhou pelas principais ruas da cidade durante a manhã de ontem. Acompanhados de professores, os alunos fizeram paradas na Praça José Bonifácio, em frente à Câmara de Vereadores e na Prefeitura. “Tanto o prefeito quanto os vereadores nos receberam bem e são solidários à causa”, disse Eloísa.
De acordo com a 6a CRE, até a tarde de ontem não era possível precisar quais escolas participarão da greve a partir de segunda-feira. A coordenadoria informou que, após reuniões – que serão realizadas nas instituições –, a chefia deverá ser informada sobre as adesões na região. Ao longo da próxima segunda-feira, a CRE terá a lista atualizada das escolas em greve.
ONDE HOUVE PARALISAÇÃO
Boqueirão do Leão
Adolfo Mânica
Professora Addes
Serafim Schmidt
Eugênio Franciosi
Escola Aprender
Candelária
Guia Lopes
Professor Penedo
Professor Fábio Nackpar dos Santos
Professor Dinarte
Encruzilhada do Sul
Borges de Medeiros
Instituto Gomercinda Dornelles Fontoura
Rio Pardo
Barão do Triunfo
Escola Rio Pardo
Biagio Soares Tarantino
Santa Cruz do Sul
Goiás
José Wilke
José Mânica
Santa Cruz
Willy Carlos Fröhlich (Polivalente)
Vale do Sol
Afonso Martin Rohlfes
Vera Cruz
Escola Vera Cruz (Polivalente)
Paraguaçu
Frederico Augusto Hanemann
Walter Dreyer
Tenente José Jerônimo Mesquita
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