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Covishield tem efetividade contra variante de Manaus, diz Fiocruz

Vacinas que teriam sido aplicadas fora da validade em Santa Cruz são do lote mostrado na imagem: 4120Z005, com vencimento em 14 de abril

A Covishield, vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Oxford/AstraZeneca, produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estimula resposta imune capaz de fazer frente à variante P.1, que se espalhou rapidamente pelo Brasil depois de ter sido detectada pela primeira vez em Manaus.

A avaliação é do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, que apresentou nessa quinta-feira, 22, estudos que indicam a efetividade da vacina “no mundo real”, quando a eficácia dos testes clínicos é posta à prova.

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“Até o momento, as informações são de tranquilidade. Os dados são de que temos, sim, uma variante de preocupação, que tem, sim, uma capacidade maior de transmissibilidade. A gente está vendo um momento da pandemia muito difícil em boa parte do Brasil, mas a boa notícia é que, apesar de todas essas características, a vacina, nesse momento e para essa variante, tem a condição de ser utilizada como uma ferramenta de controle”.

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A Covishield é uma das mais aplicadas no mundo atualmente e tem outras vantagens, como o custo mais baixo e a possibilidade de armazenamento em refrigeradores menos avançados, com temperaturas de 2 a 8 graus Celsius. 

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Além disso, a vacina traz um incremento da resposta imune que vai além da produção de anticorpos. Krieger explicou que as novas plataformas tecnológicas, como a da vacina de Oxford, se caracterizam por instruírem as células humanas a produzirem traços do antígeno, que, em seguida, despertam as defesas do corpo humano. Nas plataformas consideradas tradicionais, as vacinas trazem o vírus inativado (morto), ou vivo e atenuado (enfraquecido). 

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O que os estudos têm apontado, segundo o vice-presidente da Fiocruz, é que as vacinas de segunda geração têm demonstrado desempenho maior na defesa chamada de resposta celular, que se dá quando o corpo humano destrói as células que já foram infectadas pelo vírus, impedindo que ele as utilize para se replicar. Essa é uma linha de defesa complementar ao ataque que os anticorpos promovem contra os microorganismos invasores.

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São vacinas de segunda geração tanto as vacinas de RNA mensageiro, como as da Pfizer e da Moderna, quanto as de vetor viral, como a da Oxford/AstraZeneca, a Sputnik V e a Janssen. “Estamos vivenciando uma verdadeira revolução no campo das vacinas. Elas foram desenvolvidas de uma maneira muito rápida e estão demonstrando efetividades muito maiores do que as das vacinas tradicionais”, afirma.  

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Um estudo publicado nesta semana pela Fiocruz em parceria com a Universidade de Oxford e outras instituições indica que os anticorpos produzidos pela imunização reconhecem mais a variante britânica e menos a variante sul-africana, que acumula um número maior de mutações. A variante P.1, brasileira, fica em uma posição intermediária nessa escala. Quando é analisada a resposta imune celular, entretanto, dados de outro estudo publicado por uma universidade americana mostram que ela não se altera de forma significativa diante das variantes. 

“Os resultados são ainda melhores. Na verdade, as variantes de preocupação, até esse momento, têm causado um impacto muito menor nessa resposta celular”, disse Krieger. “Isso dá uma confiança maior de que essa vacina terá condição de manter, frente à variante brasileira, esses dados de efetividade”.

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