Covid e o impacto na educação

A pandemia foi marcada pela polêmica. Não bastasse tratar-se de um evento relativamente inédito para as atuais gerações, a incidência da Covid-19 ocorre em um momento de radicalização sem precedentes. Entre tantas notícias que instigam e alimentam a eterna guerra das redes sociais, uma delas foi a recente determinação do retorno obrigatório às aulas por decreto emanado pelo governo do Estado na semana passada.

Como em todos os eventos de rivalidade, existem argumentos a favor e contra e que, por sua natureza contrária, fomentam o bate-boca infindável. Parte do público defende que a volta deveria ser optativa, cabendo a decisão aos pais, afinal, eles são os maiores interessados em definir os interesses da prole. Outros, todavia, criticam justamente o oposto, ou seja, a demora do retorno. Eles usam, como argumento, os prejuízos incalculáveis gerados pelo confinamento compulsório, afirmando que o índice de infecção entre a gurizada é muito baixo.

Independentemente dos pontos de vista, considero que a educação sofreu gravíssimos prejuízos com o “fecha tudo, fica em casa” com consequências no longo prazo. A ausência da rotina presencial comprometeu a aquisição de novos conhecimentos e a continuidade que o ritual de ensino obedece. O vácuo de um ano também provocou a significativa perda do que já havia sido apreendido antes da pandemia. Ou seja, os danos incluem passado e futuro.
Outro aspecto com profundo impacto diz respeito ao aspecto social. Crianças e adolescentes ficaram sem interagir com colegas, professores e funcionários das escolas. Vivemos em um mundo marcado pelo uso maciço de tecnologia, em que o contato humano é reduzido.

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Também se nota com nitidez a presença de indiferença e egoísmo que são marcas desta época. A dificuldade de conviver com a frustração agrava as relações, sendo responsável por explosões de temperamento, irritação e brigas na convivência familiar.

É impossível calcular o impacto do prejuízo causado pela interrupção das aulas por esse largo tempo. O efeito devastador somente poderá ser auferido no futuro, sem perder de vista que esta geração fornecerá os líderes e dirigentes ali adiante.

Os docentes também enfrentaram tempos difíceis, de improvisações, dificuldades e falta de assistência para adaptar o novo jeito de lecionar. Manter a atenção dos alunos diante de uma tela de computador constitui uma tarefa desafiadora que exige muita disciplina, pesquisa e força de vontade. Como se já não bastasse o cabedal de problemas que os professores enfrentam no cotidiano.

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Aos pais que trabalham e que enfrentaram momentos de desespero ao longo da pandemia, resta esperar que agora a normalidade retorne gradativamente. Todo o resto são especulações e esperança.

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