Cachoeira do Sul, a menos de 100 quilômetros de Santa Cruz do Sul, vem registrando nas últimas semanas um novo avanço da pandemia. Esse aumento repentino no número de casos já se reflete no Hospital de Caridade e Beneficência (HCB) – o único do município –, que está com todos os leitos de UTI Covid ocupados e também preocupa o governo do Estado, que já emitiu um aviso no âmbito do Sistema 3As para que o Poder Público tome medidas para frear essa retomada do vírus.

Na compreensão do secretário de Saúde Marcelo Figueiró, a evolução das imunizações criou na população uma falsa sensação de segurança, o que levou muitas pessoas a abandonarem as medidas de proteção, contribuindo para uma nova e rápida disseminação do coronavírus. “Estamos realizando uma campanha de conscientização. É preciso saber que é permitido sair na rua, trabalhar, ir no mercado e na padaria, mas ainda não é hora de aglomeração, e isso é de difícil entendimento”, afirma.

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Para combater esse novo surto, a Prefeitura está adotando ações como a disponibilização de testes de antígeno em todos os postos de saúde. Esse tipo de testagem tem a capacidade de detectar a presença do vírus no organismo com maior precisão e especificidade se comparado ao teste rápido com a gota de sangue. Se o resultado for positivo, o paciente recebe um atestado médico e a recomendação expressa para permanecer isolado em casa.

Além disso, a Secretaria de Saúde realiza um monitoramento constante dessas pessoas com o objetivo de verificar se estão cumprindo o isolamento. Os que não são encontrados em casa são inicialmente notificados e, em caso de reincidência, multados. Atualmente, a média de infratores está na casa dos 5%, número que chegou a ser de 16% no pico da pandemia. Figueiró entende que essa melhora pode ser atribuída à atuação da fiscalização, cujo número de equipes foi dobrado.

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Secretário atenta para o perfil dos internados

Ao comentar sobre o perfil dos pacientes internados no HCB, Figueiró ressalta que a maioria são pessoas idosas ou com algum tipo de complicação, como hipertensão arterial e obesidade. Assim, mesmo com a imunização, os cuidados são necessários. “O perfil dos positivados há seis meses é diferente do atual. Antes havia uma tendência de ir para a UTI e uma possibilidade muito grande de morte”, observa. “Agora se pega Covid, muitas vezes trata em casa e sai sem problema nenhum. Mas aqueles que têm comorbidades são os que estão indo a óbito”, completa o secretário.

Diante da lotação da UTI, há conversas e negociações entre a Prefeitura e o HCB para a ampliação do número de leitos disponíveis. Dos dez internados, oito são de Cachoeira do Sul, um de Candelária e um de Teutônia. Se a demanda aumentar, há a possibilidade de transferir pacientes para outros hospitais do Rio Grande do Sul onde houver disponibilidade. A regulação dos leitos de UTI, vale relembrar, é de responsabilidade do governo do Estado.

Na quinta-feira, o único aviso emitido após a reunião do Gabinete de Crise foi justamente para a região Covid 27, de Cachoeira do Sul, em função do relevante aumento nos indicadores. O município saltou de dois para dez internados em UTI em apenas duas semanas, evidenciando a rápida disseminação do vírus. A incidência de novos casos também teve avanço expressivo, com aumento de 78% frente à semana anterior. Com isso, a R27 passou a ser a nona entre as 21 nesse critério, que é 8,3% superior à média estadual.

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