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Santa Cruz do Sul

Covid-19: por que casos podem se tornar recuperados em menos de 14 dias

Foto: Pixabay

O acompanhamento dos dados relativos à pandemia do novo coronavírus já virou rotina na vida de muitos santa-cruzenses. No fim do dia, cada boletim traz as informações atualizadas sobre o número de casos suspeitos, confirmados, internados, isolados, recuperados e mortes. Mas, embora importantes, estes dados, por serem pouco específicos, a fim de preservar a identidade dos pacientes, podem gerar dúvida para parte da população.

Uma destas pessoas, leitor do Portal Gaz, entrou em contato com a reportagem para entender um dos números: o de recuperados. Conforme o santa-cruzense, pode haver confusão quando se conferem os números de pessoas curadas da doença, se considerados os 14 dias de recuperação dos quais se falam desde o início da pandemia.

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Este período surgiu de uma estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), referente ao tempo entre o início da infecção e a recuperação do paciente que tenha um quadro leve da Covid-19. Para casos moderados ou graves, no entanto, os 14 dias não são regra, com pacientes internados e em recuperação por muito mais tempo, em algumas situações.

Mas, se casos leves duram 14 dias para recuperação, como poucos dias registram um grande aumento no número de curados? Como exemplo, considere os últimos 10 dias: no dia 23 de setembro, eram 1.057 pessoas recuperadas da Covid-19 em Santa Cruz; no dia 1º de outubro, o número passou para 1.179. São 122 novos recuperados no período. O número elevado, às vezes maior do que o de novos casos no intervalo de tempo, é que causou estranheza no leitor.

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Conforme a Prefeitura de Santa Cruz do Sul, eram considerados os 14 dias no início da pandemia, quando os testes disponibilizados ao Município mostravam apenas se o paciente havia entrado em contato com o vírus em algum momento, sem especificar se a pessoa ainda possuía a doença ativa ou não.

A partir da nova remessa de testes rápidos, segundo a Vigilância Epidemiológica, é possível saber se a pessoa já possui os anticorpos e está sem a doença (cujo resultado é determinado por IgG reagente) ou se ainda está na fase de recuperação, porém, com anticorpos (o que é determinado por IgM reagente).

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Quando o resultado do exame é de IgM reagente também há uma análise clínica: se o paciente ainda possuir algum sintoma, deverá cumprir mais alguns dias de isolamento, período que será determinado pelo médico. Se não houver mais sintomas, poderá ser liberado, conforme avaliação de profissional de saúde. Em caso de PCR positivo, o paciente deverá, obrigatoriamente, cumprir 14 dias a partir do primeiro sintoma para ser considerado recuperado.

Essas diferenças de períodos ocorrem em razão das características dos exames, de acordo com a Prefeitura. Enquanto o teste rápido verifica se há anticorpos no organismo, ou seja, se a pessoa entrou em contato com a doença em algum momento, a PCR mostra se há a presença do vírus nas vias aéreas do paciente.

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“Outro fator que impacta no maior número de casos recuperados em pouco tempo é que muitos pacientes tiveram a doença diagnosticada depois de já terem se recuperado – em alguns casos, sem sequer apresentarem sintomas”, disse, em nota, a Prefeitura.

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Os testes

De acordo com o Ministério da Saúde, a realização de teste rápido é indicada, geralmente, a partir do 10º dia desde o início dos sintomas, como febre e tosse. No entanto, o período ideal para coleta pode variar de acordo com a marca do produto. Dentro do período indicado pela fabricante, coleta-se uma gota de sangue, a exemplo da medição de glicemia (taxa de açúcar no sangue).

A partir dessa gota de sangue é possível detectar a presença de anticorpos (IgG e IgM), que são defesas produzidas pelo corpo humano contra o vírus SARS-CoV-2, que causa a Covid-19. Portanto, o teste pode indicar se a pessoa já entrou em contato com o vírus em algum momento. Os resultados saem entre cerca de 15 a 20 minutos.

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Já o teste de biologia molecular, chamado de RT-PCR, identifica o vírus SARS-CoV-2 que causa a Covid-19 logo no início, ou seja, no período em que a infecção está na fase mais inicial. Esse exame consiste na coleta de secreção nasofaríngea por meio de swab (produto semelhante a um cotonete) entre o primeiro e o oitavo dia de sintomas – preferencialmente entre o 3º e o 5º – cujo material é enviado para laboratórios credenciados.

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