Quem circula pela RSC-471 em direção a Rio Pardinho, no interior de Santa Cruz do Sul, encontra diversas árvores derrubadas às margens da rodovia. Segundo moradores, o corte, que vem ocorrendo desde o início dessa semana, é realizado por uma empresa terceirizada da RGE Sul.
Conforme eles, o que era para ser uma poda de galhos que estavam tocando a rede elétrica acabou em corte extremo das árvores, rente ao tronco. Morador da localidade, o psicanalista Heitor Lau acredita que não haveria a necessidade do corte drástico, bastando desbastar as galhadas e as brotações baixas, que ofereciam riscos e danificavam os fios da rede elétrica.
“Compreendo que os galhos das árvores podem atingir os fios, mas antes eram feitas podas estratégicas, não o corte extremo. Uma das árvores cortadas era uma araucária, espécie em risco extremo de extinção, protegida por lei estadual. Seu corte é proibido”, afirma.
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Segundo Lau, uma das árvores suprimidas, antes de cair, ainda atingiu um poste de energia elétrica que fica próximo ao Cemitério Evangélico e a estrutura que sustenta a lâmpada ficou torta. “Em alguns pontos as árvores caíram sobre as cercas das propriedades. Ontem assisti a uma senhora de idade tendo que pagar alguém para remover o que foi deixado na frente da sua residência.
Além disso, os cabos de condução de internet chegaram a ceder. ”Em nota enviada à Gazeta do Sul no fim da tarde dessa sexta-feira, a concessionária informou que possui um Plano Anual de Manutenção Preventiva do seu sistema de redes de distribuição de energia elétrica que compreende, entre outras atividades, a supressão de vegetação em áreas rurais e a poda de vegetação em áreas urbanas quando ofereçam riscos à população e à manutenção do sistema elétrico.
“Essa ação, realizada também no município de Santa Cruz do Sul, prevê a adequada manutenção da rede, de modo a garantir a segurança da população e a integridade do sistema. Tudo é feito conforme normas técnicas do setor elétrico para redes de distribuição e legislações vigentes de meio ambiente, sendo amparadas por autorização ambiental do órgão competente, na qual estão compreendidas as atividades de supressão supracitadas, incluindo as espécies mencionadas, sendo posteriormente realizadas as devidas compensações ambientais associadas através de projetos de Reposição Florestal Obrigatória junto à Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema)”, diz o texto.
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A distribuidora alerta sobre o plantio de árvores de grande porte próximo à rede elétrica. Segundo a RGE, o toque da vegetação nos componentes da rede – como cabos e transformadores –, além de gerar risco à segurança das pessoas, é o responsável por grande parte das interrupções de energia em toda a área de concessão da distribuidora. Sob as redes elétricas recomenda-se o plantio de espécies de pequeno porte, de forma que a vegetação não se aproxime da zona de segurança da rede.
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