A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Santa Cruz do Sul (Agerst) analisa o pedido de revisão tarifária apresentado pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). O contrato firmado em 2014 entre estatal e Prefeitura estabelece que, a cada cinco anos, deve haver uma revisão geral de custos e investimentos. É diferente daquele reajuste anual de reposição da inflação, o que ajuda a explicar o índice proposto: 39,5% de aumento no valor cobrado por todo e qualquer serviço da Corsan em Santa Cruz, incluindo a tarifa de água.

De acordo com a agência reguladora municipal, a Corsan entregou uma pilha de documentos e planilhas para justificar o pedido. A papelada está sob análise e, pelo contrato, a definição do índice aplicado a título de revisão tarifária precisa sair ainda em maio. O novo valor passa a valer em junho, impactando nas contas que serão pagas a partir do início de julho.

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O índice proposto a título de revisão tarifária para Santa Cruz é bem acima dos 25,74% sugeridos pela Corsan para os demais municípios gaúchos. A justificativa é que a base de clientes é maior, estimada em pouco mais de 2 milhões, o que divide os custos. Já em Santa Cruz, toda a despesa é rateada apenas entre os cerca de 50 mil usuários da companhia. O presidente da Agerst, José Luís Juruena, afirma que o desafio é tentar baixar o índice solicitado pela Corsan. Ele diz que o aumento vai passar por um debate público antes de ser autorizado.

O pedido da Corsan é revelado pela Gazeta no momento em que outra ação da companhia já deixa inquietos os moradores de alguns bairros. Eles estão sendo notificados a ligar seus imóveis à rede de esgoto, o que custa caro e impacta na conta mensal de água. Além disso, aqueles que têm imóveis abaixo do nível da rua terão que instalar uma bomba. O custo pode chegar a R$ 5 mil.