O baixo volume do Lago Dourado impressiona. Uma praia se formou nas proximidades da taipa, o que provoca questionamentos sobre a chance de racionamento de água em Santa Cruz do Sul.
Segundo o superintendente regional da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), José Roberto Ceolin Epstein, a possibilidade é nula, por enquanto. Para ele, a estiagem prolongada é preocupante, mas acredita em uma melhora no cenário com as chuvas previstas para o mês de abril.
A capacidade do reservatório é para mais 56 dias. O cálculo é feito com base no volume útil atual, de 56%, monitorado diariamente por meio de uma curva batimétrica. Ao considerar um decréscimo de 1% por dia, chega-se à previsão de quase dois meses com água no lago.
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Epstein estima que a redução diária é, inclusive, inferior: entre 0,6% e 0,7%. O nível de entrada de água do Rio Pardinho no lago passou de 1,2 metro para 6 centímetros, conforme a régua de medição.
Estratégias serão colocadas em prática para aproveitar a água da chuva. Uma bomba será instalada no pré-recalque de captação, na jusante. Também serão colocadas balsas com bombas movidas a geradores. “Quando chover, possivelmente no início de abril, temos que aproveitar para recarregar o lago o máximo possível”, destacou.
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Com as pessoas em casa em razão do coronavírus, o consumo foi acentuado. Por isso, a recuperação da capacidade será ainda mais lenta. “Temos grandes expectativas de que a situação será amenizada com as chuvas em abril. Mas caso contrário, teremos que reavaliar a questão do racionamento. Acredito que não chegaremos ao limite crítico”, avaliou.
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Epstein salientou que não há como depender dos oito poços artesianos instalados pela Corsan em Santa Cruz do Sul para suprir o abastecimento. Segundo ele, todos são de baixa vazão e correspondem a aproximadamente 5% do total da rede.
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A falta de chuva também impede a recarga do lençol freático. “Santa Cruz não é exceção. Outros municípios enfrentam dificuldades com a estiagem, inclusive com situações mais graves”, complementou.
Coordenador da Defesa Civil municipal, José Joaquim Dias Barbosa informou que o nível do lago está em 3,3 metros, quando o normal seria 4,8 metros. Segundo ele, as precipitações nos últimos 30 dias resultaram em apenas 10 milímetros, volume insignificante diante da crise.
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