Corpus Christi: tradicional celebração cristã se reinventa na pandemia

3 anos atrás

Com as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, as celebrações religiosas também tiveram de ser adaptadas. Missas transmitidas pelo Facebook e pelas ondas do rádio buscam diminuir o distanciamento tão necessário neste momento de isolamento social. Nesta quinta-feira, 3, em que celebrou-se pela religião católica a solenidade de Corpus Christi (Corpo de Cristo), ao invés dos tradicionais tapetes colorindo o centro da cidade, e procissão até a Igreja Matriz Nossa Senhora dos Navegantes reunindo centenas de fiéis em Sobradinho, incentivou-se, conforme o pároco padre Gelso Bernardy, a união em família, uma cerimônia mais intimista de oração entre os membros de uma mesma casa ou com a presença mais restrita na Igreja, seguindo os protocolos sanitários.

Na Matriz, duas missas foram celebradas com público reduzido, conforme decreto que limita o número de pessoas em um mesmo ambiente. Ainda, ao longo do dia, as portas da Igreja estiveram abertas para os fiéis que optaram por ir até lá e realizar a adoração ao Santíssimo Sacramento, seguindo as regras de prevenção ao contágio da Covid-19.

Foto de 2019 quando da montagem dos tapetes

Nos arquivos da Gazeta da Serra recordamos as celebrações ocorridas nos anos anteriores, em que diversos grupos da comunidade se reuniam logo cedo para montagem dos tapetes. Em sua maioria feitos com serragem, símbolos da fé cristã ganhavam contorno e coloriam a Avenida João Antônio, para logo mais a procissão acompanhar o Santíssimo até a Igreja, em um rito solene e marcado por orações e cânticos.

O seminarista do primeiro ano de Teologia no Seminário Maior Maria Mãe do Redentor em Santa Maria, sobradinhense Tiago Cembrani, contribui com esta publicação abordando a origem da celebração e o seu significado, sobretudo, no contexto atual:

A Solenidade do Preciosíssimo Corpo e Sangue de Cristo
Tiago Cembrani – seminarista

Nessa quinta-feira, 3, a Igreja Católica, espalhada por todo mundo, celebrou a Solenidade da Santíssima Eucaristia, memorial da Última Ceia, na qual o próprio Jesus, reunido com os doze apóstolos, instituiu este sacramento, tendo em vista a sua permanência no meio de nós, que nos reunimos ao redor da mesa do altar para celebrar sua memória e atualizar a sua presença oculta nas espécies de pão e vinho.

Esta é uma festa muito antiga na tradição da Igreja, e vem sendo celebrada desde o século 8, tendo sua origem em Bolsena na Itália, durante o pontificado do Papa Urbano IV que instituiu, oficialmente, a solenidade de Corpus Christi, em 1264.

Como era de costume, antes da pandemia, as ruas de nossas cidades eram enfeitadas com belíssimos tapetes, feitos pelas mãos dos fiéis que, por meio deles, demonstravam seu amor a Jesus que saía nas ruas para abençoar, curar e caminhar conosco. Também era um momento de demonstração de nossa fé pública à Santíssima Eucaristia, afinal de contas, adoramos no pão o mistério altíssimo da nossa fé e contemplamos a razão do nosso existir que fez com que tantos e tantas, ao longo dos séculos, derramassem seu sangue como o sinal visível de seu grande amor por Jesus.

Busquemos sua presença em nossas vidas, participando da Santa Missa e vivendo como autênticos cristãos eucarísticos. Jesus disse: “Permanecei em Mim e eu permanecerei em vós… porque sem Mim nada podeis fazer” (João 15,5-6). Aprofundemos nosso amor pela Eucaristia e teremos uma certeza: a felicidade eterna. Que o Senhor abençoe nossas famílias, conforte os enfermos e dê o consolo aos enlutados. Permaneçamos unidos e façamos de nossas vidas uma profunda entrega de amor.

Gesto Concreto

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Cáritas Brasileira promovem o “Mutirão pela Vida de quem tem fome”. A Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes convida a comunidade para doar alimentos, que poderão ser depositados na Secretaria da Paróquia a qualquer dia. Os alimentos arrecadados serão repassados para instituições.

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