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Coronavírus quebra a tradição de praças lotadas no domingo de Páscoa

Os riscos causados pela pandemia do coronavírus quebraram a tradição de se lotar as praças de Santa Cruz do Sul na Páscoa. Domingo, 12, a Gazeta do Sul visitou esses ambientes e encontrou cenários de cidade-fantasma. Os balanços, que antes pareciam levar às nuvens os sorrisos das crianças, moviam-se ao sabor do vento, com rangidos que mais pareciam lamentos de saudades da garotada. Já nos bancos, ideais para os melhores encontros, repousava o silêncio. O que, por um lado, é bom sinal: mostra que a maioria da população atendeu, ao menos no domingo, os apelos para ficar em casa e evitar a propagação do vírus.

Ainda assim, na Praça Getúlio Vargas, em frente à Catedral São João Batista, meia dúzia de casais caminhava sem pressa. A pracinha ainda fez a alegria de quatro crianças – todas distantes umas das outras. Já na antiga Estação Férrea, alguns jovens buscavam se divertir a sua maneira. Uns arriscavam manobras no skate, enquanto outros jogavam um “bobinho” com uma bola de futebol.

O maior movimento, mas ainda distante do habitual em dias “normais”, foi visto na Praça da Bandeira, por volta das 16h30 de domingo. Cerca de cinco casais, três pessoas com seus pets e outras três famílias contemplavam a calmaria da cidade.

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Família aproveitou o domingo para “renovar a vitamina D”, mas sem deter-se por muito tempo fora de casa

O casal aposentado Sérgio Ferrão, 63 anos, e Ivonir da Rosa, 54 anos, levou o filho Thiago, 16 anos, para uma voltinha. Eles contaram que estão em Santa Cruz há oito meses. Antes, moravam em Caxias do Sul. Vieram ao Vale do Rio Pardo em busca de segurança. Para a família, sair de casa, mesmo que por poucas horas, serviu como terapia. “Nosso filho é especial e tem problema de audição. Ficar só em casa, sem ver pessoas, sem ver movimento, faz mal, traz ansiedade. Essa saída à praça é para nos acalmar, para tirar nossa cabeça desta pandemia”, disse Ferrão. A mãe complementou: “Além de ver o verde, pegar sol é importante, a vitamina D é essencial”.

O casal ainda mostrou-se ansioso pela vitória na luta contra o novo coronavirus. “Temos que ficar em casa, mas, quando pudermos, vamos dar uma saída rápida para a praça, para desopilar. Isso acalma. Logo vamos passar por essa pandemia e tudo melhora”, ressaltou Ivoni da Rosa.

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