O Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede/VRP) reelegeu por aclamação, na manhã dessa terça-feira, 12, o presidente Heitor Petry para mais dois anos à frente da instituição. A eleição ocorreu na sala 101 da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Petry já comanda a entidade desde 2016. A novidade do pleito foi a eleição da ex-reitora e atual assessora de Relações Interinstitucionais da Unisc, Carmen Lúcia de Lima Helfer, como vice-presidente. A assembleia também apresentou os novos nomes para a diretoria e conselho fiscal do Corede, além de iniciar um trabalho de revisão do Plano Estratégico de Desenvolvimento Regional 2015/2030.
Após a eleição, a nova vice-presidente disse assumir o desafio como uma possibilidade de trabalhar no sentido de fortalecer o Corede como órgão de articulação política. “É mais uma etapa de um desafio, de trabalhar pela região. A universidade, desde seu início, foi uma grande parceira do Corede. Temos o Corede aqui instalado, ele não é da universidade, mas a Unisc se sente muito comprometida com o trabalho no desenvolvimento da região”, disse. Ela salientou a atuação nas Relações Interinstitucionais como forma de contribuir para criar um espaço que congrega e permite esse relacionamento entre a universidade e os municípios.
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Plano de desenvolvimento será reestruturado
A assembleia começou com uma apresentação do professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Unisc, o doutor Markus Brose, que apresentou índices sobre o Plano Estratégico de Desenvolvimento Regional (PED) 2015/2030. O Corede inicia um trabalho de revisão das metas traçadas após um período conturbado da economia global, que incluiu a pandemia de Covid-19 e o conflito entre Rússia e Ucrânia. Segundo Brose, a maioria dos projetos incluídos no PED entre 2015 e 2016 não saiu do papel em virtude da crise fiscal do Estado e falta de orçamento.
Ainda segundo o professor de pós-graduação da Unisc, uma das saídas seria limitar os eixos de trabalho e o número de projetos, para melhor acompanhamento. Ele ressaltou que o Corede VRP tem mostrado evolução, mas foi um dos que menos cresceram em relação aos outros conselhos do Estado. Segundo a análise de dados socioeconômicos da região, foi proposta a adoção de objetivos parciais através de diferentes eixos. O primeiro citado foi a distribuição equitativa de riqueza, mediante a melhoria nos índices educacionais. Brose destacou que a região já superou o problema do analfabetismo, mas a qualidade da educação preocupa, pois ainda é alto o índice de analfabetismo funcional entre os estudantes.
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Para o presidente do Corede VRP, Heitor Petry, a reavaliação dos objetivos é fundamental para avaliar a evolução regional. “É ali que vamos conhecer e priorizar os principais temas, e estaremos pontuando os indicadores que possam medir e mostrar a evolução da nossa região. É importante olharmos para a região e ver o quanto evoluímos, onde crescemos e onde ficamos estagnados”, frisou.
Para saber
- Outro eixo de análise foi o estímulo de permanência do homem na região. Movimentos de migração populacional, como o êxodo rural, por exemplo, são fatores que indicam o aumento da pobreza. Segundo o professor Markus Brose, índices mostram que, nos últimos anos, mais de 9 mil famílias do Vale do Rio Pardo deixaram a produção do tabaco, principal item da economia regional. Já a soja, que apresenta uma produção muito mais mecanizada, avançou em 145 mil hectares na região nos últimos anos, enquanto a produção agropecuária perdeu cerca de 80 mil cabeças de gado no período. Mais um dado que chamou a atenção foi o fechamento de 120 escolas públicas na última década.
- O meio ambiente também é um dos temas que devem ser observados na confecção dos novos parâmetros do PED até 2030. Os dados mostram que os municípios de Venâncio Aires, Santa Cruz do Sul e Encruzilhada são os que apresentam maior volume de crescimento da poluição. As principais razões desse aumento são a criação de gado e a cultura do arroz irrigado. A qualidade da água da Bacia do Rio Pardo foi apontada como fator de alerta. A produção de água potável na região também preocupa, pois, em algumas cidades, até 60% da água potável é desperdiçada por problemas estruturais.
- A análise de dados apresentada na assembleia do Corede citou a necessidade de integrar recursos e ações públicas na região. O orçamento da Consulta Popular, por exemplo, apresenta três anos consecutivos de queda. A insegurança na obtenção de recursos é um dos entraves para a execução de projetos que visem ao desenvolvimento da região.
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