Santa Cruz do Sul parou, na tarde de 22 de janeiro de 1959, para acompanhar as acrobacias aéreas de Victor Menna Barreto de Carli. Natural de Passo Fundo, era considerado um dos principais nomes deste esporte radical no Brasil, juntamente com o carioca Charles Astor.
O jovem tinha patrocínio da Colgate-Palmolive e, em Santa Cruz, logo foi acolhido pela direção do aeroclube, presidido por Arno Hepp. A entidade cedeu o Piper PA-18 e o instrutor Ruben Inácio Beck para pilotar o avião. O show foi às 18h30 e as pessoas ficaram nas ruas olhando para o céu, apreciando a coragem do acrobata.
De Carli era paraquedista, dotado de grande força física e muito corajoso. Realizava as peripécias pendurado no trem de pouso do avião com as mãos e com os pés (de cabeça para baixo), e equilibrava-se nas asas. O público elogiava o sangue frio e destacava o suspense e o medo que sentia. Alguns chegavam a gritar, achando que o jovem iria cair.
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A foto que ilustra a coluna foi tirada por Harry Genehr, que trabalhava para a Gazeta do Sul. Lembra que combinou com De Carli que faria a imagem quando o avião estivesse passando sobre a Praça Getúlio Vargas: “Eu subi na caixa-d’água do Colégio São Luís, para não perder a chance.” O acrobata recebeu a foto e deixou uma mensagem para o fotógrafo.
Depois do espetáculo, a diretoria do aeroclube recepcionou o visitante com um jantar no Alaska Bar. Na semana seguinte, as acrobacias ocorreram em Candelária, também com o avião do aeroclube de Santa Cruz, pilotado por Beck. As revoadas eram acompanhadas por uma segunda aeronave, que dava apoio.
Em 5 de maio (domingo), De Carli retornou à região para uma apresentação em Venâncio Aires, logo depois da missa das 9 horas. Após, veio a Santa Cruz para agradecer a acolhida e o apoio. No dia 7, no final da tarde, ele fez uma apresentação de despedida em homenagem à Gazeta, quando também sobrevoou Vera Cruz.
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Pesquisa: Arquivo da Gazeta do Sul
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