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OPINIÃO

Copa, pessoas de bem e racismo

Possivelmente, comparado aos últimos 30 anos, trata-se da pior Copa do Mundo em termos de qualidade individual e coletiva das equipes. Aliás, o próprio Brasil não convence. Mas os adversários, até o momento, conseguiram ser piores.

Porém, o modesto Camarões demonstrou a falta de qualidade dos ditos reservas brasileiros. Sejam os titulares ou os reservas, mesmo assim tem quem goste. Contra a Coreia do Sul, por exemplo, a imprensa afirmou que o Brasil deu um show. Pois é, cada um vê o que quer e como quer. Vale também para mim.

Face a minha crítica, meu caro amigo Paulo Konzen observa o seguinte: “Temos que considerar é que não tem mais bobo no futebol. Garrincha jamais faria hoje o que fez nas Copas do Mundo de 1958 e de 1962.
Hoje, o futebol é muito mais físico do que apenas habilidade, como já foi no passado. As equipes estão mais niveladas. Muitas vezes, os jogos são definidos nos detalhes. Não há mais supremacia de ninguém.”

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Outro amigo, o fotógrafo Jorge Trottier Nunes, o popular Jô, convictamente diz: “Acho a nossa seleção desse mundial a mais forte desde 2002. Gosto da forma como estamos jogando. Temos bons goleiros, zaga confiável, um primeiro volante que sabe jogar e chega na área, e um ataque rápido, com bons dribladores. Não jogamos ainda contra nenhum adversário mais poderoso, mas acho que dá para fazer frente. Estou achando o Brasil candidato ao título”.

Já meu amigo passo-fundense Clei Moraes não resistiu ao bom humor e afirmou, ironicamente: “Veja o lado bom. Tu aprendes várias dancinhas – que jamais terias visto – para comemorar gol, animar a festa da firma, aniversários, brincar com as crianças!”.

Resumo. Levamos o futebol muito a sério. Os milionários selecionáveis e os “negócios do ramo” dispensam apresentação. Vejam o que aconteceu com as finanças do meu idolatrado Grêmio.
Depois de megafaturamento em vendas bem-sucedidas, “queimou” a poupança em duvidosas contratações, a ponto de ter que contrair, agora, um milionário empréstimo bancário para fechar as contas pendentes.

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Alegria, festas e cervejas à parte, talvez devêssemos nos concentrar em problemas nacionais, como política, economia, sociedade, comportamento e discriminações. Racismo, por exemplo.
Apesar do uso vulgar e provocativo da expressão “pessoas de bem”, a cargo das tribos militantes no interminável festival dos absurdos, somos todos do bem. “Como nossos pais”, canta Elis.

Lógico, pessoas de bem até provas em contrário, a observar e considerar o repugnante vídeo da “bebum de plantão”. Com perdão do trocadilho, como diria o adolescente com sua típica gíria: “Tá maus, hein, rainha!”.

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