Depois de 1958 e 1962, o dia 21 de junho de 1970 também entrou para a história. No México, a seleção brasileira, comandada pelo técnico Mário Jorge Lobo Zagallo, conquistou o tricampeonato da Copa do Mundo, título este que completa exatos 50 anos neste domingo. De Félix a Tostão, o time canarinho encantou pelo futebol técnico e muito lembrado até hoje porque acompanhou mais uma taça verde-amarela. A coletividade da equipe foi um dos legados deixados há cinco décadas.
O comentarista esportivo da Rádio Gazeta FM 107,9, João Fernando Vighi, tinha 18 anos e trabalhava como operador e programador na Rádio Universidade, em Pelotas, sua terra natal. Ele recorda as dificuldades do Brasil até chegar ao Mundial de 70. “Tivemos alguns percalços com o (técnico) João Saldanha, que montou (a seleção) e depois acabou saindo para que o Zagallo assumisse. Não se tinha certeza se ele poderia dar a resposta, mas se confiava muito na seleção”, analisou.
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Para Vighi, o grande nome foi Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. “Não poderia ser diferente, por alguns detalhes: já havia participado de algumas outras Copas e trazia a responsabilidade de ser um dos destaques da seleção. O Pelé fez coisas impressionantes. Deu um ‘dribe da vaca’ no goleiro (Mazurkiewicz, do Uruguai), e bateu, mas a bola acabou indo para fora. Teve ainda o chute do meio-campo que passou perto da trave (de Viktor, da Tchecoeslováquia). E aquela cabeçada maravilhosa em que o goleiro Gordon (da Inglaterra) fez um milagre, que até hoje é considerada a maior defesa de todos os tempos”, enumerou.
Na sua avaliação, o Brasil foi favorecido por ter jogadores altamente técnicos – além de Pelé, citou Rivelino, Tostão, Jairzinho, Clodoaldo e Gerson. “Era impressionante aquele time. Teve outras boas seleções, mas que não ganharam nada, na época do Telê (Santana), que tinha Zico, Sócrates, Falcão”, recordou. Vighi entende que hoje falta amor à camisa. “Quase todos os atletas são do exterior e isso tira um pouco aquela responsabilidade de ter que voltar para o País e dizer ao torcedor que perdeu uma Copa. Naquela época, todos jogavam no Brasil”, comparou, lembrando de Everaldo, do Grêmio, único gaúcho campeão em 70.
Marcou época
Com 16 anos na Copa de 1970, o vice-presidente do Santa Cruz, Luiz Carlos Vitiello, lembra bem da final vencida pelo Brasil – goleada de 4 a 1 sobre a Itália. “Estava em casa, com a família. Foi um jogo fantástico. Acompanhei todos, era uma empolgação louca”, destacou. Segundo o dirigente, o sistema defensivo, que causava desconfiança, deu conta do recado. “Tinha o Félix, o Brito e o Piaza; o Everaldo, que o pessoal achava um pouco deficiente na esquerda, mas que funcionava, além do lateral-direito Carlos Alberto Torres, o nosso capitão”, relembrou Vitiello.
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Para o presidente do Avenida, Jair Eich, a equipe de 70 foi um divisor de águas. “Era uma seleção que jogava um futebol moderno, o que se busca hoje: uma transição, uma movimentação grande de jogadores no ataque, uma recomposição rápida, trocando de lado, confundindo a marcação, com a qualidade individual sempre fazendo a diferença. Foi uma seleção que marcou época e contribuiu para a mudança e para que chegássemos a esse momento que o futebol vive atualmente”, enfatizou o mandatário do Periquito. Segundo ele, o conjunto pesava a favor do time canarinho. “Individualmente falo do Jairzinho, atacante que chamamos de extrema. Vinha para recompor, trocava de lado e ainda finalizava”, frisou.
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