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EMPREGO

Contratações de safreiros mantêm mesmo patamar, apesar da pandemia

Foto: Bruno Pedry

O balanço do primeiro semestre da safra de tabaco nas indústrias fumageiras revela que até 30 de junho o número de contratações de trabalhadores sazonais – os safreiros – praticamente repetiu o volume de empregos gerados na safra passada. Em meio à restrição de atividades causada pela pandemia de Covid-19, o total de temporários nas linhas de produção fechou o primeiro semestre com 5.960 contratos ativos – apenas 274 postos a menos do que na safra de 2019. Os dados dizem respeito aos contratos de Santa Cruz do Sul. Quando somados safreiros e efetivos, o total de empregados no setor ultrapassa a marca dos 8,3 mil.

O resultado apresentado nessa quinta-feira, 23, pelo sindicato contraria até mesmo a projeção inicial feita pelas entidades representativas dos trabalhadores. Na visão do presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação (Stifa), Sérgio Pacheco, os números demonstram a solidez do mais importante setor econômico do município e região.

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Pacheco destaca que o Sindicato sempre esteve aberto ao diálogo com as empresas e adendos foram firmados aos acordos coletivos, para permitir a utilização de banco de horas e antecipação de férias, entre outras medidas, assegurando os empregos dos sazonais e efetivos. “Não abrimos mão de nenhuma conquista dos nossos acordos, mas fizemos, com o aval dos trabalhadores, as flexibilizações necessárias.”

Uma comparação direta com a safra de 2019 mostra que o incremento de contratos fechados em junho, com 1.082 novas contratações, totalizando 5.960 safreiros em atividade, revela que a queda de empregos temporários oscilou negativamente em 4,5%. “Esse desempenho negativo está bem abaixo do que se previa no início da pandemia”, complementa o líder sindical.

Já os trabalhadores efetivos, que no passado eram 2.516, este ano são 2.354. Conforme o presidente da Stifa, os desligamentos que ocorreram foram consequência de ajustes nas empresas. A entidade acredita que ainda neste ano novas contratações deverão acontecer.

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Mais de R$ 10 milhões estão circulando na economia local

Os 5,9 mil safreiros movimentam uma fortuna na economia santa-cruzense. A estimativa do sindicato é de que a injeção mensal de valores na economia represente algo em torno de R$ 10 milhões, recursos que giram no mercado local em todos os setores. “Com a estabilidade na contratação de safreiros, crescem também os empregos indiretos. É o chamado efeito cascata, nos setores de alimentação, manutenção, vigilância, transportes e serviços, entre outros”, afirmou o presidente do Stifa.

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Outra característica importante do emprego em safra é a taxa de retorno. As fumageiras valorizam o trabalhador sazonal, viabilizando o retorno dele na temporada seguinte. “Este é um pedido do sindicato, para que as empresas mantenham essa taxa também para trabalhadores dos grupos de risco, que não puderam atuar neste ano por causa da pandemia.”

Pacheco: desempenho revela solidez

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São recursos que circulam a mais na economia e, neste ano, durante mais tempo. O atraso de duas semanas no início das operações, em março, quando ocorreu o fechamento temporário das indústrias como medida de contenção ao novo coronavírus, deve resultar na ampliação do período de atividade sazonal. “Fábricas que trabalham com destala manual, função que exige experiência preferencialmente feminina, terão contratos avançando para os meses de setembro e outubro”, contou Pacheco.

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O fechamento de unidades fabris da Souza Cruz em Santa Catarina também deve contribuir para a ampliação da safra. De acordo com o presidente do Stifa, a multinacional estuda ampliar o período de safra de tabaco na unidade de Santa Cruz para até dez meses por temporada.

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