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Contra a venda de seres humanos

Muitos viram ou ouviram falar de Som da Liberdade, filme cujo tema é o tráfico humano. Assunto grave, que não se presta a simplificações políticas. Crianças, adolescentes e mulheres são os principais alvos dos criminosos, para fins como trabalho escravo, exploração sexual, adoção ilegal e até mesmo remoção de órgãos.

Mas nem tantos viram ou ouviram falar de Pureza, filme brasileiro (de 2022) que mostra uma faceta do problema: o trabalho análogo à escravidão. Conta a história verídica da maranhense Pureza Lopes Loyola, que, na década de 1990, lançou-se em uma jornada de três anos para encontrar o filho desaparecido, Abel. Ele havia se tornado cativo em uma fazenda no Pará.

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A busca ganhou repercussão nacional e estimulou a criação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, formado por fiscais do trabalho, policiais federais e procuradores. De 1995 até 2022, esse grupo resgatou mais de 60 mil escravizados em todo o Brasil.

Em junho passado, aos 80 anos, Pureza foi uma das oito figuras reconhecidas com o Prêmio aos Heróis no Combate ao Tráfico de Pessoas 2023. Recebeu a homenagem nos EUA, das mãos do secretário de Estado Antony Blinken.

Pureza Loyola pode não ser tão conhecida como Timothy Ballard (o policial norte-americano que inspirou Som da Liberdade), mas certamente é uma referência quando se fala em tráfico humano. E não é raro, no Brasil, o resgate de crianças e adolescentes em operações de combate ao trabalho escravo.

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Num momento em que se dá relevância a filmes com o tema, vale a pena lembrar ainda de Anjos do Sol (2006). Uma menina de 12 anos é vendida pelos pais a um aliciador, que promete lhe conseguir emprego como doméstica. Mas seu destino é a prostituição.

E há o mais recente Eu Sou Todas as Meninas (2021), produção sul-africana. Pedófilos organizam uma rede para venda de crianças ao Oriente Médio, e membros do governo estão envolvidos. A trama é inspirada em fatos da época do Apartheid. No fim, uma mensagem avisa: “Entre 500 mil e 700 mil mulheres são traficadas anualmente. Mais da metade são crianças. Menos de 1% são resgatadas.”
E há muito mais. Mas por hoje chega.

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Guilherme Bica

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Guilherme Bica

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