Na passagem das comemorações dos 59 anos de instalação do município de Vera Cruz, resgatamos a história da construção da estrada entre Santa Cruz do Sul e a então Vila Tereza. Por muito tempo, ela foi considerada uma das obras mais importantes – e complicadas – da região.
A atual ERS-409 era conhecida como Estrada para Vila Tereza (2º distrito de Santa Cruz). Ela não era aterrada como hoje e serpenteava pela várzea do Rio Pardinho, procurando os trechos mais secos. Mesmo assim, os atoleiros infernizavam a vida dos carroceiros e dos motoristas.
Ao ser reeleito intendente (prefeito) de Santa Cruz em 1920, Gaspar Bartholomay colocou como prioridade a construção da estrada para Tereza. Foram demarcados os pontos mais altos das enchentes e construídas pontes de pedras sobre os córregos.
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Para erguer as travessias, contratou dois especialistas, os espanhóis Jesus Gil e Lino Garcia, que haviam feito trabalhos semelhantes para a Viação Férrea em Santa Maria. Sem caminhões, patrolas e carregadeiras, a terra e as pedras para o aterro eram levadas de carroça e espalhadas com pás, enxadas e arados. Nos dias de chuva, não raras vezes, partes do aterro eram arrastadas pela água.
Em 1921, o intendente conseguiu, com a Viação Férrea, a cedência de trilhos de ferro e de vagonetes para transportar as pedras e a terra. Eles eram puxados por mulas e levavam muito mais carga do que as carroças. Com a “estrada de ferro improvisada”, a obra ganhou um impulso maior.
Em 1925, quando encerrou seu governo, Bartholomay não havia terminado o aterro, mas deixou a obra encaminhada. Os trabalhos só foram retomados em 1930, como veremos na próxima segunda-feira.
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Enchentes interrompiam a velha estrada para Vera Cruz seguidamente