Dani Castro define sua relação com a música como uma conexão que existe desde muito cedo. Aos 2 anos, já era visto pelos familiares ao lado das caixas de som. Natural de Charqueadas, falou à Gazeta do Sul sobre sua caminhada e inspirações musicais. Ele participa da transmissão deste domingo, 25, do Oktober em Casa Gazeta, às 19h30. Para assistir, basta acessar o YouTube do Portal Gaz. Também haverá transmissão simultânea pela Gazeta FM 101,7.
Entrevista
Conte-nos um pouco sobre sua história com a música: como foi essa descoberta na sua vida? Mencionas que é desde os 3 anos?
Eu falo desde os 3 anos, porque, com essa idade, havia as festas da família no Natal. Como eu era muito pequeno, acabava não fazendo parte das apresentações que meus primos organizavam. Não me importava com convites e invadia cantando e dançando junto. Além disso, meus pais sempre escutaram muita música em casa. Tem vídeos meus com 2 anos grudado ao lado das caixas de som, dançando e atento à música. Sinto que, de alguma forma, desde essa idade já existia uma conexão forte. O curioso é que meu pai sempre me incentivou a aprender a tocar violão, porque ele tocava para mim e para minha irmã. Eu neguei por um bom tempo. Até que, aos 12, fazendo catequese, dois rapazes apareceram para fazer um som. Lembro muito bem que fui pra casa com o sentimento muito intenso de querer tocar. Aquela tarde mudou o curso da minha história. Foi como se a música tivesse colado no meu espírito.
Do que Vale fala sobre sentimentos e o valor que as pessoas empregam em cada coisa. Como foi o processo de criação da canção?
Eu estava no interior, na casa dos meus pais, em fevereiro deste ano. Lembro de estar com meu violão, sentado no sofá. Vinha já há algum tempo com uma série de questionamentos sobre o sentido da vida, se estamos valorizando as coisas certas, sobre a necessidade de estar com quem a gente ama. Certo momento, aquele sentimento se intensificou. Olhei para a parede onde fica um relógio e, dali, nasceu a primeira frase da música: “Do que vale o relógio se eu não doar um tempo?”. É uma música que olha para nossa essência enquanto seres humanos. É até curioso, porque ela veio como um presságio para tudo que estamos vivendo agora. Em março, a pandemia chegou. Por toda a situação do momento, decidi que era a música certa para ser gravada pela mensagem forte que ela carregava.
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Como é a relação com o Rio Grande do Sul? Já moraste fora do Estado?
Venho do interior do Estado, de Charqueadas, mas moro na capital há uns sete anos. Nunca morei fora daqui. Tenho ligação muito forte com o interior. Boa parte da minha família é da fronteira. Acho que isso me fez criar um laço muito significativo com a simplicidade. O fato de ter uma vida mais minimalista, próxima da natureza. Inevitavelmente, pela música, a ideia é tomar o rumo das grandes cidades, porque as oportunidades acontecem lá. No fim das contas, o verdadeiro lar do artista é o palco, é a estrada.
Como preparas as canções? O que a música significa para você?
Minha vida enquanto artista é pautada por um propósito: transformar a vida das pessoas com a minha música. Sempre procurei transmitir a minha verdade nas canções, mas servindo como um alto-falante dos corações alheios. É quase uma autobiografia que procura olhar na alma de cada um e dizer: “Ei, tu não está sozinho”. A partir do momento que alguém se identifica com a mensagem, sinto que a missão está sendo cumprida. É transcendental. Nada é maior do que isso.
Quais são as suas inspirações musicais, quais artistas admira?
Essa pergunta sempre gera um conflito interno pelo senso de justiça de lembrar de uns em detrimento de outros. Sempre valorizei a música a partir da capacidade de significar algo e me tocar. Mas já que estamos aqui para citar, vamos lá. Dentro do Brasil, eu tenho uma admiração muito grande pelo Skank, pela capacidade de fazer uma música muito inteligente, mas totalmente popular. É soar comum e interessante sem ficar no raso. Djavan é outro grande mestre para mim, por toda sua musicalidade e poesia. No cenário internacional, não posso deixar de citar John Mayer, por ter sido um professor de violão. Tecnicamente, aprendi muito assistindo ele tocar. A lista é enorme, mas esses são muito representativos.
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