É possível fazer arte sem tinta e sem pincel? Pois a instrutora da Secretaria Municipal de Cultura (Secult) de Santa Cruz do Sul, Valquíria Ayres Garcia, prova que sim. Quando março chegou, a Val, como é conhecida, vislumbrou que este ano, assim como todos os outros em que oferece oficina de pintura, seria mais um período em que crianças e adultos que desejassem aprender a manusear pincéis, poderiam se aventurar e expor suas obras para todo mundo ver. Ou ainda, simplesmente pudessem utilizar a arte como terapia. E então veio a pandemia.
Com mais de 50 alunos inscritos, e seis turmas fechadas, nos turnos da manhã, tarde e noite, a ideia era não deixar os novos aventureiros sem amparo, já que muitos deles são fiéis às oficinas de pintura há vários verões.
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Baseada em uma ação do Museu Jean Paul Getty, da cidade de Los Angeles, que desafiou seus fãs a visitarem o local virtualmente, escolherem sua obra favorita e a postarem fotos, recriando-a, através de releitura, a instrutora Valquíria sugeriu algo semelhante aos inscritos na oficina de pintura. E nasceu o projeto Relendo Obras de Museus. “Para facilitar o acesso, primeiro repassei para eles as fotos das obras, para melhor entenderem a proposta. E ao lado de cada imagem, a foto da releitura criada pelo aluno”, explicou Valquíria.
E o resultado, segundo a instrutora, foi surpreendente, e muito bem aceito pelos integrantes. Dentre os alunos que aprovaram a ideia foi Giuliani Paulus, que revisitou Abaporu, de Tarsila do Amaral. “Eu achei a ideia incrível. A trabalheira para achar o ângulo certo, a roupa parecida, o cenário adequado. Valeu muito a pena, mesmo que através do celular”, avaliou.
Outra das integrantes, Sônia Rubert, destacou a importância da pesquisa. “A iniciativa foi muito instrutiva, a busca pela obra e, finalmente, a procura de roupas da vovó e detalhes para chegar próximo da arte que escolhemos”, declarou. As obras serão compartilhadas via redes sociais.
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Confira alguns trabalhos realizados
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