Mais um ano começa com a esperança da conclusão da pavimentação na ERS-403, estrada que liga Rio Pardo e Cachoeira do Sul. Dos 62 quilômetros, 23 ainda são de chão batido. A boa notícia é que os trabalhos foram retomados no fim do ano passado, embora em ritmo lento, com a destinação de recursos do governo estadual.
No lote Cachoeira-Rio Pardo, 3,5 quilômetros foram executados nos últimos meses, até o quilômetro 41, com um recurso de R$ 2 milhões anunciado pelo governador Eduardo Leite em setembro de 2020. Restam apenas o tratamento superficial duplo do asfalto e as pinturas de sinalização, segundo o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer/RS).
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No sentido Rio Pardo-Cachoeira, foi destinada verba de R$ 1,9 milhão, oriunda da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), para a execução de 2 quilômetros, até o quilômetro 18 da rodovia. Até agora, foram fixadas as estacas e feitas a terraplenagem e sub-base de macadame, composto por pedra britada e saibro. As empresas responsáveis entraram em férias coletivas, mas devem retomar os trabalhos em breve.
A pavimentação começou no governo Alceu Collares, entre 1991 e 1995. Conforme o deputado estadual Edson Brum, que definiu a conclusão da obra como uma prioridade, Eduardo Leite comprometeu-se em destinar mais recursos para os serviços na estrada neste ano. “Se ainda não pudermos garantir a pavimentação de todo o percurso, que pelo menos tenhamos mais um trecho asfaltado”, disse Brum.
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Demora causa prejuízos para a economia rio-pardense
Para o secretário de Desenvolvimento Rural de Rio Pardo, Ramiro Goulart Pereira Rêgo, a falta de agilidade na pavimentação causa prejuízos a cada ano. Segundo ele, aproximadamente 30% da produção agrícola do município provém dos arredores da ERS-403. “No inverno, a rodovia fica praticamente intransitável. O Estado não dá a atenção devida à manutenção. Muitas vezes, os próprios produtores realizam melhorias”, afirma.
Outra questão é a escolha por outros destinos, como Cachoeira do Sul, Candelária e Vera Cruz, no caso de produtores de localidades distantes da sede. “Perdemos recursos muitas vezes pela preferência do agricultor de entregar a produção em outro município, pela distância ser menor. Com isso, aproveitam para fazer compras em supermercado, farmácia, agropecuária. É mais um fator de prejuízo para Rio Pardo.”
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Para o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Rio Pardo (Acis), Nicanor Dias Moraes, a pavimentação é uma obra eleitoreira. “Deveriam ter obtido o recurso para o asfaltamento completo desde o início. Cada governo que passa faz um pouquinho. O trecho já asfaltado sempre precisa ser recapado. Aumentam os tributos e não aplicam nos projetos em andamento. Seguimos perdendo arrecadação em Rio Pardo nos diversos setores da economia.”
Morador de Cruz Alta, 7º Distrito de Rio Pardo, o agricultor Omar de Brum dos Santos cansou-se das promessas de três décadas. “A rodovia é péssima. Uma buraqueira, sem nenhuma manutenção”, vocifera. De fato, o trecho entre a localidade e o entroncamento com a ERS-410 é o pior em toda a extensão. São diversas valetas e corrugações, além dos buracos citados. Um comboio de carretas graneleiras precisou andar na contramão para desviar dos defeitos no momento em que a reportagem da Gazeta do Sul estava na rodovia.
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