Ranger e apertar os dentes com muita força podem ser sinais de bruxismo, condição que causa incômodo na região do rosto e fortes dores de cabeça. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 40% da população brasileira sofre com esse hábito involuntário, capaz de provocar o desgaste dos dentes. O problema, que já incomodava muitas pessoas, pode aumentar em situações de estresse, como a pandemia.
Para o dentista Daniel Purper, de Santa Cruz do Sul, houve um aumento na procura por tratamento de bruxismo durante o período. “Alguns pacientes realmente sofreram de altos níveis de estresse, seja pelo isolamento social ou por problemas econômicos. Isso refletiu num aumento de casos de bruxismo entre os pacientes que vinham nos visitar”, disse. Os sintomas clássicos incluem dores de cabeça, pescoço e costas pela manhã, dores generalizadas nos dentes, cansaço, torcicolos ou desconforto na articulação da mandíbula. Os pacientes devem ficar atentos a esses sinais e procurar atendimento.
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Para realizar os atendimentos com segurança durante a pandemia, os consultórios, que já possuíam normas rígidas de higiene, limpeza e controle de infecção, precisaram adotar novas normas. O espaçamento entre as consultas foi aumentado para que a higienização do espaço seja feita com mais rigor e não seja preciso aguardar na sala de espera com mais pacientes. O dentista passou a fazer consultas mais longas, executando mais procedimentos por atendimento, para diminuir o número de visitas ao consultório.
Outros cuidados incluem a otimização da ventilação na sala clínica e sala de espera, além de da disponibilização de álcool gel. “Cabe acrescentar que, agora que compreendemos melhor a forma de contágio e os mecanismos de proteção contra a Covid, estamos lentamente normalizando os atendimentos, inclusive nas áreas de estética facial e dentária. Então pode-se afirmar que, mantidas as regras sanitárias preconizadas pelo Ministério da Saúde, temos confiança na segurança para o atendimento de nossos pacientes”, conta Purper.
Quanto aos cuidados com a alimentação e mudanças nos hábitos de higiene dos pacientes, o dentista afirma não ter percebido nenhuma alteração. “Creio que a própria situação na qual se evitava ir ao dentista fez com que os pacientes redobrassem os seus cuidados. Saúde virou assunto de maior importância entre a população, e creio que isso repercutiu nos cuidados domésticos com alimentação e higiene”, ponderou.
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Efeitos do distanciamento
Segundo o dentista Daniel Purper, no início da pandemia houve um abandono dos consultórios, decorrente de desinformação. “Quando as informações sobre a Covid-19 ainda eram desencontradas, os pacientes de procedimentos eletivos, como limpezas, pequenas restaurações ou procedimentos estéticos de face, começaram a evitar os consultórios. Os atendimentos de urgência continuaram normalmente, entretanto”, explicou.
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Contudo, a situação mudou no decorrer do ano, com os pacientes retornando ao atendimento. Conforme Purper, alguns procedimentos podiam ser adiados, principalmente os que envolvem a estética, como clareamentos, laminados cerâmicos e botox. Até mesmo a correção de pequenas fraturas e a manutenção de aparelhos ortodônticos foram canceladas no primeiro momento de pandemia.
“Situações que requeriam intervenções mais urgentes não podiam ser abandonadas, pacientes com dor precisavam ser atendidos e cáries precisavam ser tratadas. Mesmo as limpezas, em certos pacientes, eram necessárias, mesmo com a pandemia.” São procedimentos que, se não houvesse intervenção, poderiam evoluir para condições mais severas.
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