Quem já está de olho nos produtos utilizados na ceia do Natal deve ter percebido que os preços neste ano estão, em sua grande maioria, mais baixos do que os valores cobrados na mesma época do ano passado. A Gazeta do Sul foi às compras na manhã dessa sexta-feira e encontrou redução de valor de alguns itens e a perspectiva de manutenção de preços para os próximos dias.
Diferente da maioria dos itens da cesta básica, os ingredientes utilizados para o preparo da ceia de Natal estão um pouco mais em conta em 2020. Especialmente os cortes de carne suína e as aves congeladas, que, em média, estão 39% mais baratos. É o caso da ave chester, consumida na ceia. No ano passado, o levantamento da Gazeta do Sul mostrou que o quilo do produto era vendido por R$ 29,99, o mais alto. Em 2020, o valor é praticamente igual em todas as lojas, podendo ser encontrado por R$ 20,98.
O preço do pernil suíno, outro prato da ceia, também está mais baixo. O quilo do produto mais barato, encontrado pela Gazeta, foi de R$ 14,98, variando até R$ 24,95. O valor mais alto neste ano ainda é menor do que o de 2019, quando o quilo da carne era vendido por R$ 31,90.
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O preço médio dos espumantes de vinícolas gaúchas também está menor. No ano passado, o item era oferecido com preço médio de R$ 25,90. Em 2020, as principais marcas nacionais oscilam ente R$ 14,90 e R$ 19,95. Na seção de frutas há uma pequena variação negativa na comparação de preços do quilo da melancia e da uva Itália, comumente usadas na decoração de pratos das festas de fim de ano. Confira a lista completa no quadro abaixo.
Incerteza provocada pela pandemia também baixou valores nas fábricas
A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) não projetou aumento de vendas para o fim de ano. Por conta da pandemia, a entidade avalia que não haverá crescimento na comparação com 2019.
Conforme o presidente da Agas, Antonio Cesa Longo, a compra antecipada de produtos como aves congeladas, espumantes e panetones, por parte dos supermercados, garantiu um valor menor. Assim, as redes que se abasteceram com antecedência poderão oferecer preços mais baixos. Impactos como a alta da inflação e do câmbio atingiram o setor a partir do segundo semestre, após o período de compras antecipadas das redes.
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O empresário supermercadista Celso Müller revela que, temendo uma queda nas vendas de fim de ano, por conta da crise econômica gerada pela pandemia, os fabricantes mantiveram preços e, em alguns casos, até reduziram a margem para baratear alguns produtos. “Como a compra foi feita ainda no primeiro semestre, não se sabia até quando o governo iria manter os programas de auxílio. Por isso que os valores estão menores”, avalia.
Müller explica que, se as indústrias conseguirem cumprir o cronograma de entregas dos produtos, a tendência é que os preços se mantenham no mesmo patamar até o fim do ano. O empresário destaca também que não deverá faltar bebida. Havia um temor – por parte dos próprios fabricantes – de que no fim de ano poderia faltar cerveja nas prateleiras dos supermercados. “Pode ocorrer que alguma marca não esteja disponível, mas no caso da nossa rede de supermercados não deve ocorrer falta de cerveja ou refrigerante neste fim de ano”, complementa Celso Müller.
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