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Pandemia prejudica ações da causa animal; saiba como ajudar

Desde março, a pandemia e o distanciamento social têm prejudicado as ações da causa animal em Santa Cruz do Sul. O canil municipal e as ONGs Protetores de Santa Cruz e Cavalo de Lata enfrentam dificuldades para receber as doações que permitem manter os animais resgatados. A proibição de eventos também prejudica a obtenção de receitas e as feiras de adoção que encontram lares adequados para cães e gatos.

A pandemia trouxe grandes consequências para as atividades planejadas para o ano, conta o médico veterinário Tiago Marques, do canil municipal. “O grande impacto ocorreu nas atividades de adoções responsáveis, seja diretamente no canil municipal, seja nas diversas feiras realizadas durante o transcorrer do ano.” O espaço, que possui capacidade de albergagem de 47 animais, no momento possui sob sua responsabilidade 71 gatos e cães.

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“Destes todos, 56 animais estão disponíveis para adoção responsável no momento, entre cães adultos e filhotes, de pequeno, médio e grande porte, machos e fêmeas todos castrados, microchipados, vermifugados, vacinados e com teste para leishmaniose”, explica. Outros 15 estão em tratamento ou aguardando castração ou vacinas antes de serem adotados. Alguns animais, como filhotes e cães idosos, que precisam de cuidados intensivos, estão em lares temporários, aos cuidados de voluntários.

O custo total da operação do canil pode chegar a R$ 52 mil mensais, incluindo tratamento dos animais com alimentação e medicamentos, manutenção das instalações, pessoal, transporte, recolhimento de animais, esterilização, identificação por microchip, entre outros. As apostas da equipe para aumentar a visibilidade foram postagens nas redes sociais, com fotos e características dos cães, e o planejamento de uma feira de adoção virtual em sistema drive-thru.

“A maior e melhor ajuda que as pessoas podem fazer, não só neste momento, é tratar com dignidade os animais, cuidando-os com respeito e compaixão”, disse o veterinário. Para adotar os animais, é necessário passar por uma entrevista socioambiental e assinar um termo de adoção responsável, ter 18 anos, endereço fixo, RG e CPF e pátio fechado. Thiago enfatiza que o adotante é informado de que o animal vai precisar de atenção, carinho, cuidados veterinários e eventuais medicações, vivendo por cerca de 15 anos ou mais.

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COMO AJUDAR

Canil municipal
O local aceita doações de ração, sachês, patês, jornais, potes para alimentação, toalhas, cobertores, lençóis, guias, coleiras, shampoos, medicamentos, vacinas, casinhas, caixas de transporte, caminhas e brinquedos para cães e gatos. Os materiais podem ser levados até o canil mediante agendamento ou até a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, na Rua Galvão Costa, no 708. O Canil Municipal de Bem-Estar Animal fica na Rua Victor Frederico Baumhardt, nº 2581, no Bairro Dona Carlota, aberto à visitação pública de segunda-feira à sexta-feira, das 9h30 às 12 horas, com hora marcada e uso de máscara durante a pandemia. Informações, agendamentos e protocolos podem ser feitos pelos telefone (51) 3719 1170, (51) 3713 8242 ou página do Facebook, www.facebook.com/canilmunicipaldesantacruzdosul.

Cavalo de Lata
A ONG realiza a venda de camisetas e máscaras através das redes sociais. Interessados em ajudar podem adquirir os produtos ou doar ração, feno, medicamentos e mão de obra voluntária. O grupo necessita uma camioneta e reboque para efetuar os resgates e transporte dos animais. Há possibilidade de se tornar colaborador mensalista, com doações a partir de R$ 5,00 por boleto bancário ou PagSeguro, doando brindes para as rifas e bingos, cadastrando a Associação Cavalo de Lata no Nota Fiscal Gaúcha. Ainda é possível ajudar com doações em dinheiro pela vakinha: vaka.me/953464 ou com depósito bancário: Associação Cavalo de Lata – Cooperativa Sicredi – Ag. 0156 Conta 17105-9. Contato pode ser feito pelo Facebook no link www.facebook.com/CavaloLata ou pelo Instagram @cavalodelata.

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Protetores de Santa Cruz
Interessados em ajudar podem dar ração para cães adultos e filhotes, vermífugos e doação em valores, que podem ser deixadas diretamente nas clínicas veterinárias para abater as contas, nos pontos de coleta ou pelo PagSeguro no link pag.ae/bkzbRdm. As contas bancárias para depósitos são as seguintes: SICOOB – Agência 3066 Conta: 251208 – em nome de ONG Protetores de Santa Cruz do Sul; Banrisul – Agência 0957 Conta: 39.12345678 – em nome da voluntária Patrícia Azambuja; Caixa Econômica Federal – Agência 0500 Operação 013 Conta: 00082707-0 – em nome da voluntária Silvana Inês Bencke; e Banco do Brasil – Agência 2776-6 Conta: 36860-1 – em nome da voluntária Francine Camara Kaercher. Contato pode ser feito através da página no Facebook www.facebook.com/ProtetoresDeSantaCruzDoSul ou pela conta no Instagram @protetoresdesantacruzdosul.

ONGs buscam doações para alimentação e tratamentos

Além da redução dos recursos, as adoções também diminuíram no período, segundo uma das voluntárias da ONG Protetores de Santa Cruz, Francine Camara Kaercher. No momento, são 28 animais sob os cuidados dos voluntários, dos quais quatro estão em tratamento. O custo para manter os cães é elevado e varia de cada animal, dependendo do estado de saúde em que ele se encontra e se precisa ficar em hospedagem paga.

“Nosso protocolo de resgate para filhotes, por exemplo, é deixar eles 10 dias sem contato com outros cães e, após esse período, se estivem bem, são vacinados e encaminhados para adoção responsável”, relata. Cães com mais de 6 meses fazem teste de leishmaniose e usam a coleira preventiva, que custam juntos cerca de R$ 160,00. Os animais adultos são encaminhados para adoção já castrados e os filhotes têm a castração garantida pela ONG, sem custo.

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Antes da pandemia, os voluntários organizavam duas feiras de adoção mensais, onde também eram comercializados os produtos que os Protetores vendem para angariar recursos. “Sentimos bastante a falta desses eventos. Sempre temos valores abertos em clínicas e hospedagens, pois os resgates não param. Inclusive, um dos cães que temos em tratamento é a cachorrinha Emília, que passará por cirurgia para remoção de tumores, que é um custo alto. Além de dois filhotes diagnosticados com cinomose.”

Conforme o diretor executivo da ONG Cavalo de Lata, Jason Duani Vargas, no momento 45 animais estão sob responsabilidade dos voluntários em seis chácaras. A Cavalo de Lata não possui sede própria; então, usa áreas emprestadas por amigos da causa. Os equinos, em geral, são resgatados junto ao poder público porque ficaram muito fracos em carroças ou sofreram lesões em acidentes de trânsito, de forma que não podem ser usados para montaria nem trabalho.

Os animais aos cuidados da ONG Cavalo de Lata estão distribuídos em seis chácaras | Foto: Juliana Stramar

“No final de semana agora foi mais um para uma família muito bacana. Antes de encaminhar, fazemos uma visita, conferimos o lugar e explicamos os termos para receber um animal da ONG”, explica. Se a família não se adaptar com o animal ou se mudar, ele volta para a ONG, já que deixa de ser propriedade, passando a ser livre e “aposentado”. Os custos para manter os cavalos resgatados também são altos, por conta dos problemas de saúde apresentados por eles. “São animais com a imunidade muito baixa, exauridos e explorados por muito anos. Além da alimentação diária, precisam receber os cuidados especiais.”

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Os gastos da ONG incluem combustível para as visitas para revisar os animais, alimentação e medicação dos cavalos, custos com veterinários, cirurgias e castrações, além de custos com mão de obra e materiais. Mesmo antes da pandemia, eram poucos voluntários, mas nos últimos meses as ajudas diminuíram, e foi necessário até mesmo cortar pasto na beira das estradas para completar a alimentação dos animais.

Antes do período de distanciamento, os voluntários recebiam turmas escolares para falar sobre educação ambiental, organizavam a campanha Tampinha na Lata para coletar tampas plásticas e realizavam um bingo mensal, cujo lucro era revertido para as despesas.

Além dos animais, a ONG também realiza trabalho voluntário junto às famílias de catadores de material reciclado que ainda usam carroças ou já deixaram de utilizar os cavalos. Os voluntários recolhem doações de cestas básicas, material escolar, utensílios domésticos, cobertores, roupas, calçados e brinquedos, que são doados.

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