Após diversas tentativas de cobrança por parte dos funcionários e colaboradores terceirizados do Hospital Regional do Vale do Rio Pardo, de Rio Pardo, para receber o salário do mês de maio, uma parte dos valores foi quitada. Em 22 de junho, os trabalhadores da Enfermagem e de outros setores, contratados pela Associação Brasileira do Bem-Estar Social, Saúde e Inclusão (Abrassi), tiveram creditados os valores que deveriam ter sido pagos no quinto dia útil do mês. No entanto, outros 70 trabalhadores ainda estão há quase dois meses sem receber. Eles são colaboradores dos setores de portaria, raio X, higienização, lavanderia e alimentação.
Um deles, que atua na portaria da casa da saúde há pouco mais de um ano, afirmou que das 17 pessoas que prestam serviço nesse setor, metade deverá paralisar as atividades a partir deste sábado, 4, como forma de pressionar pelo pagamento. “Não temos dinheiro para o ônibus e nem para combustível. Falta também para alimentação e para pagar as contas ”, disse.
Segundo o homem, que prefere não se identificar, com medo de represália, o valor deveria ter sido repassado em sua totalidade aos funcionários e colaboradores. “O alvará de liberação da verba foi assinado para o pagamento de 31 pastas do hospital, mas eles escolheram 17, dizendo que seriam o serviço essencial. Será que o hospital que é referência em traumatologia não deveria dar uma atenção também ao pessoal que trabalha no raio X, na limpeza ou em outros serviços que, embora terceirizados, são fundamentais?”, questionou.
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O porteiro comentou que a única informação que os colaboradores têm é que em uma reunião com representantes dos trabalhadores, ainda em junho, Cláudia Abreu, que é a diretora administrativa do Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde (IAHCS), teria dito que o pagamento seria providenciado para logo.“Ela disse que o alvará de pagamento seria homologado pela juíza, em um primeiro momento, aos funcionários da Abrassi e, na sequência, tentaria um alvará de pagamento para os terceirizados. Só que este, segundo ela, está nas mãos da juíza”, contou.
A juíza da 1ª Vara de Rio Pardo, Magali Wickert de Oliveira, por sua vez, esclareceu na tarde dessa sexta-feira, 3, à Gazeta do Sul que o fato de os valores não terem sido liberados de forma integral a todos os trabalhadores ocorreu pela falta de um pedido. “O que nos foi solicitado foi a liberação de recursos para pagamento de determinados funcionários, o que já foi deferido. Porém, já aportou nos autos o pedido de pagamento dos terceirizados, e este já foi deferido, e o alvará, assinado nesta data”, afirmou. A diretora administrativa do IAHCS, Cláudia Abreu, não foi localizada. Segundo funcionários da casa de saúde, ela estaria em reunião em Porto Alegre.
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Solidariedade
Diante da falta de pagamento dos salários de 70 trabalhadores da casa de saúde, a solidariedade por parte de alguns colegas é fundamental. Um grupo formado por funcionários que estão com os salários em dia realiza uma vaquinha para arrecadar valores que servirão para a aquisição de cestas básicas. Elas serão distribuídas aos colegas que necessitam neste momento
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