Sob pena de ter o título cancelado, desde outubro de 2015, todo o eleitor do Rio Grande do Sul que procura a Justiça Eleitoral para fazer o seu alistamento, revisar seus dados ou mudar seu domicílio, tem seus dados biométricos coletados. Além desse recadastramento regular, que acontece sempre que o eleitor espontaneamente procura atendimento, também está sendo utilizado, para concluir o processo de coletas dos dados biométricos em determinados municípios, o mecanismo de revisão do eleitorado.
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Em dados obtidos no site do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS), a grande maioria dos municípios gaúchos já atinge cerca de 99% do recadastramento, entre eles alguns da região como Vera Cruz, Venâncio Aires e Candelária. Santa Cruz do Sul, em contrapartida, atingiu apenas 52,68% (53.907) dos seus 102.326 eleitores. “Está 30% abaixo do que esperávamos para o momento”, revela o analista judiciário das zonas eleitorais 40 e 162, correspondentes à Santa Cruz, Marcelo Freitas.
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O procedimento, que demora apenas 15 minutos para ser concluído, segue sendo realizado na cidade até 11 de março de 2020. Quem não realizar o recadastramento terá o título eleitoral cancelado, não podendo votar na próxima eleição. “Para fazer o procedimento basta vir ao cartório eleitoral munido de documento oficial com foto, título antigo se tiver e comprovante de residência se não for nascido em Santa Cruz”, explica Freitas. O procedimento é obrigatório para todos os eleitores, com exceção dos que tem mais de 70 anos. Contudo, se estes optarem por não realizar o recadastramento, não irão poder votar na próxima eleição.
Rio Pardo
No último dia 18 de julho, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul publicou uma nota em seu site chamando, em caráter especial, os cidadãos dos doze municípios que têm apresentado os menores índices de comparecimento no recadastramento biométrico, entre eles Rio Pardo. O técnico judiciário e chefe substituto do cartório eleitoral da Cidade Histórica, Luis Eduardo, confirma a baixa adesão. “Está bem aquém da nossa expectativa. Fomos questionados, inclusive, sobre a possibilidade de abrirmos no fim de semana para tentarmos contemplar mais pessoas, mas essa opção não se justifica, visto que não vem quase ninguém durante a semana”, explica Luis.
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Em dados informados pelo chefe substituto, 16.133 dos 30.041 eleitores rio-pardenses realizaram o procedimento. “Isso engloba apenas 53,70% dos eleitores. É muito pouco”, ressalta. Perguntado sobre quais estratégias que o cartório da 38ª Zona Eleitoral vêm tomando para ampliar a adesão, Luis Eduardo conta que a necessidade dos munícipes realizarem o recadastramento biométrico já foi divulgado no rádio, jornal, carro-som e mídias sociais. “Já falamos até com o padre para ele repassar o recado às pessoas. Só está faltando colocarmos nos homens-placa”, diz o técnico judiciário, se referindo aos trabalhadores que ficam pelas ruas vestindo coletes no qual são fixados anúncios. Perguntado sobre o porquê das pessoas não estarem indo realizar o procedimento, Luis Eduardo tem uma teoria: “Brasileiro deixa tudo para a última hora”. Segundo ele, o prazo final para realizar o recadastramento em Rio Pardo se encerra no dia 11 de dezembro.
Viver Bem quer sessão eleitoral
Com cerca de 3 mil moradores, o Residencial Bem Viver ainda não possui uma sessão eleitoral. A situação já é analisada por moradores do local, que inclusive já entraram em contato com o cartório eleitoral. “Nos ligaram na segunda-feira solicitando informações e estão se mobilizando para receber uma sessão”, revelou o analista judiciário Marcelo Freitas. Para, de fato, contar com uma sessão eleitoral, a associação de moradores necessita apontar um local para este fim e obter 200 assinaturas em um abaixo-assinado. A partir disso uma equipe do cartório eleitoral poderá analisar o pedido.
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