Moradores da Linha Inverno, no interior de Sinimbu, estão numa fria e é difícil sair dela. Parte do pontilhão foi levada pelas águas do Rio Pardinho na enchente de maio e a ponte pênsil do lugar está interditada, pois não tem condições para uma travessia segura. Em alguns pontos, a madeira desapareceu e ficaram apenas os cabos de aço. Quem mais sofre são os agricultores que moram nas proximidades da RSC-471 e precisam plantar na outra margem do rio. Sem a passagem, está difícil produzir.
Nessa quarta-feira, membros da comunidade entregaram um abaixo-assinado na Prefeitura. “Estamos com as mudas de tabaco prontas. Ainda não transportamos para o outro lado, onde ficam as lavouras. Já pensamos como vai ser na época da colheita. Vamos ter um transtorno imenso. A volta será enorme sem o pontilhão”, diz a fumicultora Margit Kappenberg, de 55 anos, esposa de Celso Kappenberg. A situação da família é idêntica à de outras na localidade, que residem perto do asfalto, mas possuem as áreas de lavoura mais afastadas. Celso e Margit também criam gado e utilizavam o pontilhão para conduzir o rebanho nas trocas de piquetes.
Placa improvisada no caminho ao pontilhão alerta motoristas.
Foto: Bruno Pedry.
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O vice-prefeito e secretário de Obras, Claus Schneider Wagner, afirma que o problema na ponte pênsil será solucionado até o fim da próxima semana. Segundo ele, as tábuas de madeira já estão em preparação para que possam ser fixadas nos cabos de aço. O valor investido será de R$ 1 mil, proveniente da resposta rápida da Defesa Civil. Em relação ao pontilhão, a situação é mais complicada. Sinimbu decretou situação de emergência no dia 30 de maio e estimou os prejuízos em R$ 800 mil. Engenheiros locais apontaram que o pontilhão está condenado.
O secretário de Administração, Carlos Backes Filho, esclarece que tudo depende de uma diligência do Ministério da Integração, que vai avaliar a quantia destinada à reconstrução do pontilhão. Da Defesa Civil, a Prefeitura recebeu R$ 20 mil. O recurso será ultilizado na ponte pênsil da Linha Inverno e em obras de recuperação nas localidades de Alto Rio Pequeno e Gamelão. Backes disse que não há prazo para que Brasília emita o laudo final. “Fizemos o passo-a-passo. Entramos com o decreto de emergência, calculamos os prejuízos e já recebemos o valor de resposta rápida. Mas ainda aguardamos a resolução da questão do pontilhão”, detalha.
Ponte pênsil interditada: em vários pontos só restou o “esqueleto”.
Foto: Bruno Pedry.
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Desassoreamento
Uma ação realizada pela Prefeitura é o desassoreamento do rio nas proximidades do pontilhão. A intenção é retirar os sedimentos para permitir que o leito do rio fique mais centralizado. Isso poderá evitar o desbarrancamento nos próximos períodos chuvosos. “Estamos trabalhando com retroescavadeiras e trator esteira, contratados de uma terceirizada. Vamos disponibilizar até 100 horas-máquina. Se constatarmos que o serviço inicial foi positivo, faremos em outros pontos do rio”, explica Wagner.
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