Os conhecimentos obtidos durante a missão a Israel pela comitiva do Vale do Rio Pardo que viajou ao país do Oriente Médio no final de abril e início de maio deste ano começam a mostrar resultados práticos na região. Ao verificar como funciona a destinação dos dejetos dos condomínios leiteiros israelenses, com o encaminhamento de todo o esterco a uma planta de biogás, o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Mato Leitão, Gerson Luiz Horn, e o chefe do escritório da Emater, Claudiomiro da Silva Oliveira, antes do retorno ao Brasil já começaram a avaliar a ideia de colocar em prática a experiência no município para solucionar o problema com o material resultante da criação de gado leiteiro e de suínos nas propriedades rurais.
Oito meses depois, o projeto está próximo de virar realidade com a assinatura de um convênio, previsto ainda para este mês, com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo (SDR) para a implantação do sistema em sete propriedades. O financiamento no valor de R$ 10 mil para a instalação de cada unidade do sistema poderá ser pago pelos produtores em cinco anos, com juro zero e rebate de 80% do valor se o empréstimo for quitado em dia. Com isso, o custo poderá ficar em apenas R$ 2 mil.
Poucos dias antes do embarque para Israel, em abril, Horn e Oliveira, conheceram o trabalho de aula de dois alunos do 3º ano do ensino médio no município, filhos de produtores de leite e de suínos, relacionado aos biodigestores agrícolas para processamento dos dejetos dos animais. Mas afirmam que a ideia ganhou novo foco quando conheceram a prática em Israel, durante a visita à empresa Afimilk, no kibutz Hof Hasharon. “Lá em Israel é proibido lançar qualquer dejeto no solo, ao contrário do que acontece muitas vezes aqui, com risco de contaminação de fontes de água”, explica o secretário. Após o retorno da viagem houve contato com uma empresa do ramo para verificar o custo e a secretaria levou cinco produtores para conhecerem a fábrica e o sistema em funcionamento.
Publicidade
O alto valor para a instalação e a falta de linhas específicas de financiamento dificultaram o avanço do plano e dos 10 produtores que mostraram interesse inicialmente, três desistiram do plano. O secretário Gerson Horn afirma que a luz no fim do túnel surgiu quando a SDR disponibilizou financiamento para 60 biodigestores no Estado. Inicialmente, estavam previstos cinco por regional da Emater, mas a de Soledade obteve 11. Isso ocorreu porque Mato Leitão tinha os projetos prontos para beneficiar sete produtores.
O encaminhamento dos planos de trabalho à SDR ocorreu no dia 30 de novembro e atualmente o processo está na fase de análise. A perspectiva é que a assinatura dos contratos ocorra ainda em dezembro para a liberação dos recursos nos primeiros meses de 2016. Praticamente todos os agricultores de Mato Leitão já possuem tanques de alvenaria para os dejetos e desta forma haverá necessidade apenas de colocar a armação com a lona de isolamento por cima das estruturas e uma cinta de concreto no entorno. A instalação nas sete propriedades deve levar em torno de 20 dias.
Publicidade