Após a convulsão causada pela prisão e posterior renúncia de Rafael Barros, Rio Pardo tem nada menos do que seis pré-candidatos a prefeito a menos de um mês do início do período de convenções. Embora as negociações ainda estejam abertas, MDB, PTB, Republicanos, PP, PDT e PT têm intenção de disputar o governo.
A Cidade Histórica tem atualmente 29.827 eleitores, segundo dados da Justiça Eleitoral. As expectativas para o pleito de 15 de novembro, porém, foram transformadas após a deflagração da Operação Camilo, no fim de maio. Alvo da investigação da Polícia Federal, Barros, que até então era pré-candidato à reeleição pelo PSDB, renunciou ao cargo, tornando-se inelegível pela Lei da Ficha Limpa.
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Com Barros fora da disputa, a tendência hoje é de um novo confronto entre MDB, que lançará o ex-prefeito Edivilson Brum, e o PTB, antigo partido de Barros, que acaba de fechar questão em torno do comunicador Ricardo Figueiró.
Em paralelo, outras frentes tentam furar a polarização. Uma delas é liderada pelo Republicanos e tem o ex-vereador Rodrigo Borges à frente. Já o PT irá novamente às urnas, com o brigadiano Célio Pereira na cabeça de chapa. Outros dois partidos tentam emplacar candidaturas: o PDT com o músico Neco Machado e o PP com Renan Bender. Nova força da política local, o PSL ainda não decidiu o seu rumo no pleito.
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O cenário hoje
MDB/PL
Após a derrota em 2016, o MDB tem consolidada a candidatura do ex-prefeito Edivilson Brum, que retornará à cena eleitoral 15 anos depois de ser cassado na largada do segundo mandato, em 2005. Integrante de uma família tradicional da política local, Brum já conta com o apoio garantido do PL e espera ainda arregimentar outras siglas. Uma das que estão na mira dos emedebistas é o PDT.
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A definição do nome para a vaga de vice dependerá dessas articulações. “Os partidos que estiverem aliados a nós oferecerão um nome para compor a chapa, e tais nomes serão colocados em uma pesquisa”, disse Brum.
PTB/DEM
Uma das principais forças da política local, o PTB, que reassumiu o comando do município após o afastamento de Rafael Barros, fechou questão em torno do nome do comunicador e gerente da Rádio Rio Pardo, Ricardo Figueiró, para concorrer a prefeito. Até então, eram três pré-candidatos, mas a ex-secretária Jane Franco e o vereador José Oniro Lopes abriram mão para evitar cisões internas.
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Segundo o ex-prefeito Joni Lisboa da Rocha, os petebistas já têm fechado o apoio do DEM e esperam confirmar o Podemos nos próximos dias. O grupo agora aguarda os desdobramentos de conversas com outras legendas, inclusive algumas que possuem pré-candidaturas, para definir o nome do vice. “Estamos namorando outros partidos, e isso pode resultar em algum acordo”, disse.
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Republicanos/PSDB
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O Republicanos está decidido a levar adiante o projeto de uma candidatura própria, que vem sendo trabalhado há três anos, para tentar furar a polarização MDB-PTB. O escolhido para encabeçar a chapa é o médico e ex-vereador Rodrigo Borges. Borges licenciou-se do serviço público e descarta a hipótese de o Republicanos desistir de concorrer. “Fortalecemos o partido e não tem, nesse momento, possibilidade de retroceder”, disse.
A sigla já conta com o apoio fechado do PSDB, do qual Rafael Barros foi expulso após a prisão, e espera atrair também o PSL e o PSD, além de manter conversas com o PDT. O vice só deve ser definido quando o grupo estiver fechado, mas os tucanos já avisaram que não têm interesse em indicar nome.
PT
Terceiro lugar em 2016, o PT já tem dobradinha fechada para a eleição deste ano. O indicado para concorrer a prefeito é o servidor da Brigada Militar Célio Pereira, que deve ter como vice o ex-delegado penitenciário e atual presidente da legenda, Anderson Louzado.
Conforme Louzado, o partido ainda está aberto a negociar com outras legendas. Porém, não abre mão da cabeça de chapa e segue uma diretriz nacional de não coligar com siglas que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Se for preciso, irá às urnas em voo solo. “Estamos organizados para isso”, afirmou.
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PDT
Embora seja cobiçado pelas frentes lideradas pelo MDB, PTB e Republicanos, o PDT tem pré-candidatura lançada a prefeito e, ao menos por enquanto, mantém a posição de não recuar. “Hoje a posição do partido é essa. Nenhum partido lança um pré-candidato pensando em coligar com alguém”, diz o músico e professor Neco Machado, que foi o indicado para disputar a Prefeitura. A sigla conta com dois vereadores e teve uma passagem rápida pelo governo Rafael Barros. De acordo com Machado, ainda não há nome para vice.
PP
Os progressistas mantêm a intenção de lançar candidato próprio a prefeito, manifestada desde que desembarcaram da base aliada do então prefeito Rafael Barros, em setembro do ano passado, em meio à polêmica do aumento no valor da taxa de iluminação pública. Segundo o vereador e presidente da legenda, José Henrique Unterberger Santos, há consenso pelo nome de Renan Bender, que é rio-pardense e está voltando ao município após ter sido eleito vereador em Quaraí, na Fronteira Oeste, em 2016. “A princípio, mantemos a pré-candidatura”, disse Unterberger. De acordo com ele, ainda não há nome para a vaga de vice e a sigla busca outras legendas para coligar.
PSL
Com três cadeiras na Câmara, o partido não descartou ter uma candidatura própria, embora ainda não tenha lançado um nome. Segundo o vereador e presidente da sigla, Paulo Botelho de Oliveira, a decisão deve sair nos próximos dez dias e existe a possibilidade de a legenda apoiar outra frente. “Mas por enquanto não temos compromisso com ninguém”, alertou.
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