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Relações internacionais

Donald Trump anuncia retaliação ao Brasil e Argentina

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nessa segunda-feira, 2, que vai retomar as tarifas sobre o aço e o alumínio procedentes do Brasil e da Argentina – medida que foi vista por especialistas como mais um revés para o governo de Jair Bolsonaro. Trump escreveu em sua conta no Twitter que os efeitos da medida são imediatos, causando surpresa no governo brasileiro e até entre diplomatas americanos. Bolsonaro afirmou que vai procurar o dirigente americano se necessário: “Se for o caso, falo com Trump, tenho canal aberto.”

Trump justificou a sobretaxação do aço e do alumínio dizendo que Brasil e Argentina têm desvalorizado suas moedas, o que prejudicaria os agricultores americanos. Com o real mais barato, a soja brasileira, por exemplo, se torna mais competitiva do que a americana.

Segundo analistas, porém, a desvalorização das moedas brasileira e argentina não tem ocorrido de forma orquestrada pelos governos dos dois países. “Não existe controle estatal nem no Brasil nem na Argentina. A moeda desvalorizou-se por conta de outros fatores macroeconômicos”, destacou Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior. Entre esses fatores, segundo analistas, está a atual disputa comercial entre EUA e China, que tem gerado instabilidade no mercado internacional de capitais.

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Em 2018, os EUA determinaram uma sobretaxa de 10% sobre o alumínio brasileiro e limitaram a importação de aço a 4 milhões de toneladas por ano. Como o alumínio já vem sendo taxado, a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) interpreta que não caberia um aumento de alíquota sem o aval do Congresso americano e, portanto, a medida não atingiria o setor. “É o jeito de fazer negócios de Trump. Ele ameaça (o Brasil e a Argentina) com o que tem”, disse o presidente executivo da entidade, Milton Rego.

No ano passado, o Brasil exportou 13,9 milhões de toneladas de aço, o equivalente a 41,5% da sua produção. Do total exportado, 28,6% tiveram os EUA como destino.

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Bolsonaro minimizou o impacto do anúncio de Trump. “Paulo Guedes (ministro da Economia) deve estar ligando lá”, afirmou. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou estar em contato com interlocutores em Washington e que o governo “trabalhará para defender o interesse comercial brasileiro”. Apesar de enaltecer a proximidade que tem com Trump frequentemente e ter feito várias concessões aos Estados Unidos, Bolsonaro ainda não conseguiu contrapartida do lado americano. O Brasil já permitiu o uso da base de Alcântara, no Maranhão, para os americanos, liberou os turistas dos EUA de visto, renunciou ao tratamento diferenciado na Organização Mundial do Comércio e elevou a cota de importação de etanol sem tarifa. O País, no entanto, ainda não obteve o apoio americano em suas pretensões.

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