Momentos de terror vividos por uma família moradora do Residencial Viver Bem, em Santa Cruz do Sul, foram registrados em um vídeo. Nele, é possível ver um homem de moletom cinza, calça jeans claro e tênis branco da Nike, com um facão na mão direita. Ele chega em frente a uma casa em um Hyundai HB20 branco, desce do veículo, deixando-o com os faróis acesos, e abre o portão da propriedade.
Após ingressar no terreno, pega impulso e dá cinco passos em corrida, até abrir a porta da casa com um chute violento. Do sofá da sala, duas crianças, uma menor, na faixa dos 3 anos, e outra com cerca de 8 observam o indivíduo. O criminosos com o facão pergunta ao menino maior onde estaria o irmão dele. A criança não responde.
Em seguida, pede a um rapaz, que está filmando com o celular, para também entrar na casa e vai até o quarto, onde abre a porta e assusta uma mulher que estava sentada na cama. “Cadê o Cebolinha?”, questiona o homem, repetidas vezes. Também procura pelo rapaz com esse apelido em outros cômodos da casa, com toda a movimentação sendo gravada pelo colega. Em um primeiro momento, a mulher diz que o rapaz procurado não mora ali.
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O homem, no entanto, pressiona a dona de casa com o facão e ameaça: “Pode dizer pra ele parar de vender droga aí e parar de ‘cachorrear’ os ‘morador’. Tu sabe, ou te dou um estouro no meio da tua cara e arranco a tua cabeça. Grava bem a cara dessa vagabunda”, exige ele ao comparsa. Ele ainda acerta duas vezes a testa da mulher com pranchadas do facão.
“Pode deixar que eu vou falar”, cede a vítima. “Fala pra ele pagar as contas que deve, que da próxima vez eu vou matar um aí dentro”, diz o rapaz de saída, quebrando uma cuia que estava sobre a mesa e outros itens de vidro em superfícies da casa. Já na rua, antes de entrar no HB20, ele ainda grita: “Mais uma do Cebolinha, eu vou matar ele aí”. A gravação dura um minuto e 21 segundos.
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Polícia buscará identificar vítima e autor
O vídeo foi enviado para a redação da Gazeta do Sul por meio de uma mensagem de WhatsApp, de forma anônima. A reportagem foi até o Residencial Viver Bem, onde o fato aconteceu, e conversou com moradores, que preferiram não se identificar com medo de represálias. Eles confirmaram o ocorrido, mas não revelaram o nome ou endereço da vítima.
A Gazeta exibiu o vídeo à Polícia Civil, que ainda não tinha ciência do conteúdo. Responsável pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Santa Cruz do Sul, o delegado Marcelo Chiara Teixeira disse não conhecer nenhum indivíduo ligado ao crime com a alcunha de Cebolinha. Salientou, porém, ter ciência das ações criminosas na área, ressaltando que no local existe o tráfico de drogas, “assim como em outros bairros da cidade”. “Analisando o vídeo, podemos verificar a prática de infrações penais de invasão de domicílio, ameaça, dano e vias de fato. A Polícia Civil diligenciará para identificar a vítima e o autor”, afirmou.
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