A diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, disse nessa quarta-feira, 5, em entrevista coletiva, que neste momento é preciso manter as medidas de prevenção contra a Covid-19, como uso de máscaras e distanciamento social. A diretora argumentou que a vacinação é fundamental para o combate à pandemia, mas que até agora os países da América Latina e Caribe ainda não receberam doses suficientes para uma imunização mais abrangente contra o coronavírus.
“Embora as pessoas estejam sendo vacinadas, não podemos confiar nas vacinas para reduzir as infecções quando não há vacinas para todos. Elas são uma parte das respostas abrangentes que incluem a prevenção por meio de medidas de saúde. É por isso que precisamos fazer tudo para dobrar a curva e reduzir as infecções”, destacou Etienne.
LEIA MAIS: Pessoas com 45 anos ou mais com comorbidades serão vacinadas a partir de sábado
Publicidade
A diretora lembrou que, em diversos países, as unidades de Terapia Intensiva (UTI) vêm sendo insuficientes para atender aos pacientes com Covid-19. Mesmo com a ampliação dos leitos, a ocupação também avança, criando dificuldades de atender ao número de infectados com o avanço da pandemia.
Mais vacinas
A diretora não deixou de ressaltar também a necessidade de ampliar o ritmo da vacinação na região. “Precisamos de mais vacinas, estamos buscando nos níveis mais elevados para ter aumento de suprimento e países que têm vacinas em excesso”, acrescentou.
Etienne informou que a Opas vem dialogando com o governo da Índia para que sejam liberadas as doses previstas no contrato do mecanismo Covax Facility, consórcio coordenado pela Organização Mundial de Saúde. O governo indiano tem segurado as doses em razão da explosão dos casos de Covid-19 e mortes em decorrência da doença no país.
Publicidade
“Temos o diretor-geral da OMS que está em negociação com o governo da Índia par que possa autorizar parte da produção para mecanismo Covax e outra parte para necessidades do país”, afirmou o diretor adjunto da Opas, Jarbas Barbosa.
LEIA MAIS: Registros de mortes voltam a superar nascimentos em Santa Cruz em abril
Até agora, a região recebeu 11,4 milhões de doses. O Brasil foi o país que mais teve entregas do imunizante (5 milhões), seguido por Chile (1,5 milhão), Colômbia (1,2 milhão), Argentina (1,08 milhão) e México (1,07 milhão).
Publicidade
Negociação com EUA
Barbosa relatou que outro esforço em curso é a negociação com os Estados Unidos para que o governo de Joe Biden possa disponibilizar vacinas excedentes para os países da América Latina e Caribe.
A diretora da Opas chamou a atenção para a necessidade de os governos promoverem campanhas de comunicação abrangentes de modo a convencer que as pessoas cumpram as medidas de prevenção e se vacinem. Entre as ações, devem tentar dialogar sobretudo com quem duvida da eficácia da imunização.
“A gente sabe que a vacina é segura porque elas passam por processos de ensaios antes que possam ser aprovadas para uso pela população. E isso garante a segurança da vacina e o número de doses que serão necessárias”, enfatizou.
Publicidade
LEIA MAIS: Bolsonaro avalia baixar decreto contra isolamento e diz que não será contestado
Brasil
Os diretores da Opas falaram sobre o cenário da pandemia no Brasil. Jarbas Barbosa classificou como crise a situação do risco de desabastecimento de insumos, como oxigênio e medicamentos para intubação.
Publicidade
O diretor adjunto da Organização disse que a Opas está em interlocução como governo dos Estados Unidos para buscar viabilizar a doação de remédios do chamado “kit intubação” ao Brasil, mas não detalhou se já houve resposta ao pleito.
LEIA MAIS: ACOMPANHE A COBERTURA COMPLETA SOBRE O CORONAVÍRUS